Júnior Bueno

Camilla Faustino tem uma cara bem brasileira. Poderia facilmente passar por baiana, manauara, paraense. O gingado no palco lembra o Rio de Janeiro. A seriedade com que leva sua carreira lembra bem uma paulistana. Mas é só ela começar a falar que o sotaque entrega. Essa menina é de Goiânia! Assim mesmo, de um jeito bem goiano, que chama qualquer moça de menina e adora reconhecer um local se despontando lá fora. Nascida em Goiânia, foi aqui que ela começou a cantar, aos 5 anos, e nunca mais parou. 
A cantora é uma das atrações da programação de aniversário de 12 anos do Bolshoi Pub, conhecida casa de shows de Goiânia. Foi lá que Camilla desenvolveu parte de sua carreira, em shows mensais que foram tradição na noite de Goiânia, entre 2010 e 2012. Com fama de ser um reduto do rock, o Bolshoi foi experimentando outros sons, vendo como funcionaria um show de samba e MPB no local, e logo o batuque de Camilla tinha espaço garantido na programação.
Já se vão três anos que a cantora trocou os palcos goianos por um sonho maior, o de se lançar nacionalmente, com base em São Paulo. Apresentou-se como convidada regular em shows de artistas como Leonardo, Eduardo Costa, Alexandre Pires e Raça Negra. “Isso me deu grande visibilidade, pois foram shows de grande porte, como os deles, que somam 10, 20 mil pessoas em média”, conta ela. Ainda adquiriu grande experiência com estúdio, trabalhando com produtores tarimbados, e, na voz, ganhou maturidade, mais musicalidade”, segundo ela. 
Atualmente, ela se apresenta regularmente no tradicional Bar Brahma, que fica na esquina da Avenida Ipiranga com a São João, ponto turístico cantado por Caetano na música Sampa. Mas alguma coisa acontece no coração de Camilla quando ela pode cantar na sua terra natal, o que não fazia havia mais de dois anos. “Embora seja sempre bem recebida em outros lugares, sinto falta da proximidade que tenho com o público de Goiânia. Aqui, mais do que em qualquer outro lugar, me sinto de fato acolhida, abraçada. Minha relação com o público goiano é quente e íntima, e isso só se conquista com tempo. Ademais, ‘casa da gente é casa da gente’. Amo cantar para e com os goianienses”, diz ela.
Para o show deste sábado (13), a cantora vai trazer o repertório de sambas clássicos, já conhecido do público cativo de seus shows. De Noel Rosa a Zeca Pagodinho, de Cartola a Paulinho da Viola, o show promete um passeio pela história do ritmo centenário. Mas ela reserva algumas surpresas. “Vou cantar algumas coisas que nunca cantei em nenhum outro show para fazer dele uma grande reestreia, depois dessa longa abstinência”.

Angra e Big Time Orchestra
A programação de aniversário da casa de shows começa hoje (11) com um show da banda brasileira de power metal paulista Angra na turnê de comemoração dos 20 anos do lendário álbum Holy Land. O disco será tocado,  integralmente, para alegria dos fãs mais antigos do grupo. Holy Land foi um trabalho conceitual bastante elaborado que consagrou o grupo mundialmente e consolidou seu estilo diferenciado. A música erudita europeia e o heavy-metal se somaram aos ritmos afro-brasileiros e nossos temas folcróricos. A banda se utiliza da história do descobrimento do

Brasil para contar a própria história.
Já na sexta-feira (12), é dia de big band. Depois do sucesso no programa Superstar da Rede Globo, onde alcançou o Top 9 com cinco apresentações arrebatadoras, a Big Time Orchestra  se apresentará no palco do Bolshoi com um show que apresenta um repertório diversificado, que reúne versões de grandes sucessos musicais de artistas, como Beach Boys, Elvis Presley, Ray Charles, Creedence Clearwater Revival, Rolling Stones, Ultrage a Rigor, Raul Seixas, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Chuck Berry e Michael Jackson.
Com uma trajetória que já rendeu mais de 800 shows em todo o Brasil e países da América do Sul – além de turnês no Japão e EUA –, a Big Time é considerada, hoje, a principal big band do País. O repertório rico, que apresenta releituras de clássicos do swing, pop, rock e soul, registradas em cinco CDs e dois DVDs, faz do show um verdadeiro espetáculo e tem na irreverência e descontração dos músicos sua marca registrada.