Tratamento de deficiênte físico e cognitivo ajuda na inclusão de aprendizagem
Segundo especialista, é fundamental todas as instituições de ensino tenham grupo multifuncional, formado por pedagogos, psicólogos e profissionais da Saúde
Karla Araujo
João Vitor Viera, 17, é um dos exemplos de como o acompanhamento certo na escola é fundamental para que crianças e adolescentes com deficiência sintam-se incluídos na sociedade. A mãe dele, Francisca Vieira, 36, conta que o filho nasceu com distrofia muscular congênita, que o impede de cumprir algumas atividades sozinho, como alimentar-se e ir ao banheiro. Mas, na escola, João sempre se desenvolveu bem.
O jovem termina neste ano o 3º ano do Ensino Médio e sonha em entrar em um curso superior de Design. João Victor gosta de desenhar artistas dos quais é fã e tem o sonho de ser cartunista. Francisca afirma que todos os colegas de sala ajudam João no que ele precisa e a escola faz todo o acompanhamento necessário. “Como o colégio é perto de casa, na hora do intervalo vou até lá e levo o lanche dele. Se ele precisar ir ao banheiro, tem uma pessoa que o ajuda. Não tenho o que reclamar”, afirma a mãe.
Jailma Aguiar de Oliveira Lopes, 39, é bancária e mãe da pequena Maria Eduarda, 7, que tem uma limitação cognitiva ainda não diagnosticada. “Levamos a Duda a diversos especialistas e eles, junto com a escola, chegaram à conclusão de que não era necessário contratar um profissional para acompanhá-la na escola”, diz a mãe. A bancária conta que a filha teve dificuldades para começar a andar e a falar. “Foi no tempo diferente das outras crianças. Mas ela conseguiu. Não me importo com o diagnóstico que ela vai receber, ela pode tudo o que ela quiser. Estou tranquila”, afirma Jailma.
Inclusão
A orientação aos professores e à família é fundamental para garantir a inclusão de crianças e adolescentes nas escolas. A principal orientação é que todas as instituições de ensino tenham um grupo multifuncional, formado por pedagogos, psicólogos e profissionais da Saúde. O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe), Flávio Roberto de Castro, afirma que limitações físicas são, normalmente, percebidas quando antes da criança chegar à escola, mas as cognitivas costumam ser observadas primeiro na sala de aula.
“As escolas devem verificar as dificuldades da criança e procurar a família. Em seguida, será avaliada a necessidade de contratar um profissional para acompanhar este aluno especificamente”, explica Castro. O presidente lembra que nenhuma escola pode cobrar taxa extra ou rejeitar a matrícula de uma criança ou adolescente por ele ser portador de alguma limitação física ou cognitiva. Caso a contratação de um determinado profissional seja necessária, o valor deve ser diluído na mensalidade de todos os estudantes.
Norma
O direito é garantido pela Lei Nº 13.146, que instituiu o Estatuto da Pessoa com Deficiência. No texto, é determinado que as instituições privadas de qualquer nível e modalidade de ensino não podem cobrar à família de um aluno com deficiência valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas.
Na última semana o vereador Paulo da Farmácia (Pros) propôs um projeto de lei que visa proibir a cobrança de taxa adicional para alunos com deficiência na rede de ensino privado de Goiânia. Ao ser questionado sobre a criação de uma lei para coibir algo que já é proibido, o vereador afirmou que foi procurado por famílias que passaram por este constrangimento. O Sepe nega que exista este tipo de prática.
Descomplicado
A psicóloga e presidente da organização de Umbiguinho a Umbigão, Karla Cerávolo, afirma que é preciso olhar a deficiência de uma forma mais simples, como o respeito à diferença. “A convivência de crianças com deficiências em uma sala de aula comum é importante. Todos os alunos ali aprendem sobre respeito à diferença, que pode ser a deficiência, a cor do cabelo ou da pele”, explica Karla.
Karla lamenta que a criação de uma lei tenha sido necessária para garantir que famílias não tenham que pagar taxas extras nas escolas dos filhos. “A imposição tira a simplicidade necessária para a inclusão. Infelizmente a norma é necessária”, diz Karla. Para a psicóloga, o investimento em profissionais que acompanham alunos com deficiência deve ser tratado pelas instituições de ensino como a contratação que beneficia todas as crianças.
Papa volta a fazer apelo por refugiados
O papa Francisco voltou a fazer ontem um apelo em nome dos refugiados. Durante o Angelus, celebrado na praça São Pedro, o pontífice afirmou que Deus pede às pessoas que ajudem aquelas que fogem de perseguições em seus países.
"É o próprio fogo do Espírito Santo quem nos faz ficar próximos dos outros, das pessoas que sofrem, dos necessitados, de tantas misérias humanas, de tantos problemas: dos refugiados, dos solicitantes de refúgio. É aquele fogo que vem do coração", disse Jorge Bergoglio.
Desde que assumiu o comando da igreja católica, em março de 2013, o papa faz constantes discursos em defesa dos refugiados, principalmente após o agravamento da crise migratória no mundo, em meados do ano passado.
Na quinta-feira (11), Francisco chegou até a almoçar com refugiados sírios que foram acolhidos pelo Vaticano. (Agência Brasil)