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quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
ATIVIDADE FÍSICA

Corrida: saúde e bem-estar

Prática tem conquistado novos adeptos tanto em busca de mais qualidade de vida quanto em competições de rua

Postado em 16 de agosto de 2016 por Sheyla Sousa
Corrida: saúde e bem-estar
Prática tem conquistado novos adeptos tanto em busca de mais qualidade de vida quanto em competições de rua

Democrática, acessível e de baixo custo de investimento. Essas características definem bem a corrida, prática esportiva que pode ser desenvolvida em parques, ruas, calçadas, academias, sozinha ou em grupos e sem a necessidade de gastar muito dinheiro. Alguns praticam com o objetivo de cuidar da saúde e manter a forma, enquanto outros levam a atividade tão a sério, que participam, frequentemente, de competições. Seja de forma amadora ou profissional, a corrida oferece diversos benefícios à saúde: reduz a gordura corporal, melhora a ansiedade e tensão, a qualidade do sono, a capacidade cardiovascular e pulmonar, os níveis de colesterol, a força de membros inferiores, auxilia na redução da osteoporose e diminui a pressão sanguínea – além de melhorar autoestima e relações interpessoais.      
Por todas essas vantagens, é um esporte que tem levado milhares de pessoas às ruas. De acordo com a Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA/USP), o Brasil possui mais de quatro milhões de corredores. E esses ‘praticantes da corrida’ têm movimentado todo um mercado esportivo, que envolve não só lojas de roupas e acessórios, como também personal trainer, assessorias esportivas, clínicas de nutrição, até lojas especializadas em suplementos alimentares e viagens esportivas. Dados da Associação Brasileira da Indústria do Esporte (Abriesp), por exemplo, revelam que existem mais de 7 mil lojas de departamento e outras 14 mil que vendem algum item relacionado à corrida.
O personal trainer Rodrigo Mangela destaca que, apesar de a prática de correr ser um movimento natural, é recomendado que o iniciante procure orientação especializada. “Isso porque o profissional contribuirá para que a pessoa saiba o quanto deve correr por semana e por sessão de treino, qual vai ser a intensidade, o melhor método a utilizar e que objetivo quer alcançar”, explica. Magela enfatiza que o corredor deve respeitar, sempre, dois princípios básicos do treinamento desportivo, que são individualidade biológica e inter-relação volume e intensidade. “Sendo assim, começa-se com treinos educativos para corrida, depois sessões de treino, no qual há uma alternância entre caminhada e corrida, até chegar a um nível mais alto de treinamento”. 
Além desses cuidados, antes de iniciar qualquer prática esportiva é importante passar pela avaliação de um profissional da área da saúde e saber se, realmente, pode praticar determinado exercício físico. “É recomendado que se faça um bom check-up cardioesportivo para diagnóstico cardiovascular preventivo e realizar avaliação física completa para que a prática esportiva ocorra sem problemas. Isso vale para atividades físicas aeróbicas, como corrida, futebol, vôlei e basquete, quanto os resistidos, como musculação, pilates e crossfit”, alerta o cardiologista Frederico Nacruth, que atua na Clínica Nutrê. 

Competições
Como todo esporte, a corrida possui praticantes em busca de melhoria da saúde e outros com foco em competições. A Norte Marketing Esportivo, uma das maiores do mercado de esportes participativos na América Latina, divulgou pesquisa revelando que o segmento de competições de corridas no Brasil cresceu 20% em 2015, com mais de um milhão de pessoas inscritas em 800 eventos. A estimativa da empresa é que o setor de corridas chegue a 1.600 eventos e mais de três milhões de pessoas inscritas em provas e eventos em 2020.
Uma das principais provas de rua, em Goiânia (GO), é a Brunch Run 10 Milhas, que chega à quinta edição em 2016 e será realizada no próximo domingo (21 de agosto) a partir das 7h. A corrida terá largada e chegada em frente à República da Saúde, no Setor Sul, com percursos de 2,5 milhas (equivalente a 4 km), 5 milhas (8 km) e 10 Milhas (16 km). Podem participar atletas masculinos e femininos com idade a partir de 16 anos. Segundo um dos realizadores, Mateus Suassuna, a proposta da Brunch Run 10 Milhas é de proporcionar um momento de entretenimento esportivo, integração entre os participantes e de estímulo a hábitos saudáveis por meio da união entre esporte e alimentação. 
Para quem participar da Brunch Run 10 Milhas, o personal trainer Rodrigo Mangela tem dicas importantes a serem avaliadas. “Para sair bem nas provas, é importante que o corredor tenha uma rotina de três a quatro treinos semanais de corrida, intercalando com um bom trabalho neuromuscular de pelo menos três sessões por semana. E, claro, treinos em que o praticante faça sessões de alongamento, solturas e até mesmo massagens desportivas”, destaca. 

Preparação 
Na semana que antecede competições de corridas de rua, as recomedações são: fazer refeições habituais e evitar jejuns prolongados (intervalor maiores de três horas); reduzir ou até mesmo evitar cafeína; evitar alimentos condimentados e gordurosos; hidratar-se; valorizar carboidratos no dia que antecede a prova (mandioca, batata-inglesa, batata-doce); tentar dormir oito horas por noite; observar intensidade e volume de treino da semana; não mudar a planilha dos treinos auxiliares na semana de prova; alongar diariamente e, se possível, fazer massagem desportiva; após a prova, manter a hidratação e dar preferência aos alimentos antioxidantes.

Nutrição 
Outro ponto importante para os adeptos da corrida é o cuidado com a alimentação. A nutricionista Pollyane Reis, da República da Saúde, reforça que quem pratica corrida de rua deve consumir carboidratos, porque é a principal fonte energética para conseguir treinar e competir com qualidade e saúde. “Isso evita fraqueza, mal-estar e dor de cabeça, pois o carboidrato se transforma em açúcar, fornecendo energia para o músculo e para o cérebro. É muito importante também o equilíbrio entre a proteína, com o consumo de carnes magras, leite e derivados, ovos e alguns legumes ricos em aminoácidos, e as vitaminas das frutas e legumes”, alerta a nutricionista, que acrescenta: “Após a corrida, é essencial uma alimentação completa com carboidrato, proteínas, lipídios, vitaminas e minerais como, por exemplo, um prato com arroz, feijão, carne e legumes ou um lanche saudável com essas características.  Suplementos devem ser utilizados quando o indivíduo não consegue suprir na alimentação ou já é atleta de performance mais alta com treinos e competições mais longas e mais intensas”.
Como o praticante de corrida perde água e sais minerais, o que pode levar à desidratação muscular de órgãos, Pollyane alerta para o controle da hidratação. “Tudo depende da velocidade e do tempo para  determinar a quantidade de água ou isotônicos. Se há muita perda, é necessário sim, suplementar os sais minerais por meio de bebidas esportivas ou cápsulas. O cuidado que se deve tomar é estar sempre observando a qualidade da alimentação em relação a nutrientes e se preocupar menos com calorias. Esses praticantes precisam estar supridos em antioxidantes, e o ideal é ser acompanhado por nutricionista, porque muitos fazem dietas, sozinhos, e têm problemas de saúde e até lesões musculares por deficiência nutricional”, finaliza.
 

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