Para cima deles, Brasil
Seleção de futebol masculino enfrenta Alemanha pelo inédito ouro olÃmpico no Rio de Janeiro
Felipe Bonfim
É possível espantar os fantasmas da Copa do Mundo de 2014? À sombra daquele 7 a 1, a seleção brasileira de futebol masculino enfrenta a Alemanha neste sábado, às 17h30, no Estádio Maracanã, no primeiro confronto entre os dois países após a histórica goleada no último mundial. O duelo vale medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, conquista inédita para qualquer uma das seleções.
A possibilidade de subir ao primeiro lugar no pódio justamente batendo os alemães, contudo, não significa acerto de contas, pelo menos para o técnico do Brasil, Rogério Micale, que prefere não comparar a decisão olímpica com a semifinal da Copa há dois anos.
O treinador avalia que, por todas as dificuldades enfrentadas pelo grupo na competição, principalmente após decepcionantes empates sem gols contra África do Sul e Iraque nas duas primeiras rodadas, deixaram os atletas mais preparados psicologicamente para encarar esse tipo de situação. Ele ressalta também que apenas o zagueiro adversário, Matthias Ginter, fazia parte do elenco alemão no Mundial – lesionado, Neymar desfalcou a seleção naquela partida.
“Estaremos mais fortes emocionalmente no sábado. Passamos por tudo. Tivemos questionamentos, vivemos um novo momento, e agora pegamos uma equipe muito boa, que nos remete a uma história recente, mas não temos nada a ver com isso. Vamos viver nossa história, fazer o nosso momento. Era Copa do Mundo, aqui é seleção olímpica. Só existia um jogador nas duas seleções que estava lá, porque o Neymar não participou. Nada pode ser palpável nessa situação, são competições, jogos, idades diferentes. Não vejo como vincular”, disse.
É sim importante lembrar que o ouro inédito era o objetivo mais importante antes do início dos Jogos Olímpicos. A final contra a Alemanha é apenas um daqueles caprichos do destino que apimentam a decisão. O sentimento de vingança, ou não, é uma questão individual de cada brasileiro que assistiu ao 7 a 1.
Sem problemas para escalar a equipe, Micale irá repetir a formação que goleou Honduras, por 6 a 0, na última quarta-feira. Neymar, Luan, Gabigol e Gabriel Jesus seguem com as responsabilidades no setor ofensivo.
Pressão
Os próprios alemães acreditam que o Brasil irá sim buscar a revanche nesta decisão pelo ouro. O meia Max Meyer, contudo, ressalta que, se o resultado em 2014 pode ser uma pressão para os brasileiros, o Maracanã lotado deve ser o trunfo do Brasil no duelo.
“Com essa derrota por 7 a 1, eles querem sem dúvida retribuir isso de alguma forma, e com certeza tem essa pressão sobre a seleção brasileira. É difícil dizer se isso nos ajuda, mas o Maracanã cheio vai ser uma ajuda para eles também”, afirmou.