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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Economia

Brasil perdeu 1,5 milhão de empregos formais em 2015

Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho aponta
pior resultado desdes 1958

Postado em 10 de setembro de 2016 por Sheyla Sousa
Crise pode prejudicar entrada no mercado de trabalho e carreira de jovens
Para a coordenadora de Pesquisa e Tecnologia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)

A recessão econômica do ano passado teve efeitos perversos no mercado de trabalho. Em 2015, o Brasil perdeu 1,51 milhão de postos formais, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgada na sexta-feira (16) pelo Ministério do Trabalho. O resultado é o pior da série histórica, iniciada em 1985.
A retração no mercado de trabalho fez o número de trabalhadores formais (com carteira assinada) cair de 49,6 milhões no fim e 2014 para 48,1 milhões no fim do ano passado. Essa foi a primeira vez desde 1992 em que o país acumulou perdas de empregos no mercado formal de trabalho. Naquele ano, o Brasil tinha eliminado 623 mil vagas.
Divulgada uma vez por ano, a Rais é mais ampla que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e engloba não apenas os trabalhadores do setor privado, mas trabalhadores temporários e servidores públicos federais, estaduais e municipais. Para medir o desempenho do mercado de trabalho, a Rais contabiliza a diferença entre as contratações e as dispensas.
As demissões em massa e as contratações por salários mais baixos afetaram os rendimentos médios reais dos trabalhadores, que recuaram 2,56% em 2015 em relação a 2014. Em valores absolutos, a remuneração média individual caiu de R$ 2.725,28 em 2014 para R$ 2.655,60 em 2015.

Setores
Na comparação por setores da economia, apenas a agropecuária contratou mais do que demitiu no ano passado, tendo criado 20,9 mil vagas formais. Os demais setores registraram quedas, com destaque para indústria de transformação (-604,1 mil), construção civil (-393 mil) e comércio (-195,5 mil).
Entre as regiões, o Sudeste foi a que mais eliminou postos de trabalho, com 900,3 mil trabalhadores a menos. Em seguida, vêm o Nordeste (-233,6 mil) e o Sul (-217,2 mil). Apenas três estados acumularam aumento no número de empregos formais em 2015: Piauí (3 mil), Acre (2,8 mil) e Roraima (2,2 mil).
Em relação à faixa etária, o desemprego afetou principalmente os jovens. Na faixa de 18 a 24 anos, foram eliminados 673,4 mil postos de trabalho, contra 477,8 mil entre 25 e 29 anos, 233,9 mil de 30 a 39 anos, 172,1 mil de 40 a 49 anos, e 107,7 mil na faixa até 17 anos. Somente a categoria acima de 50 anos registrou ampliação de vagas: 154,4 mil.
 

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