O pintor norueguês Edvard Munch é autor de um dos quadros mais importantes conhecidos do mundo: O Grito, de 1893. Ícone do expressionismo, a pintura foi feita pelo artista aos 30 anos e retrata a angústia e o desespero. Segundo relatos de colecionadores, Munch se inspirou a pintar o quadro depois de caminhar com amigos em uma tarde quente, em Oslo, capital norueguesa, onde observou as cores quentes no céu e, no mesmo momento, teve uma sensação de cansaço, de estar doente. Foi nessa hora que Much diz ter percebido “o grito da natureza”. Esse foi, na verdade, o título original dado para a obra. 
Na ideia inicial, o quadro trazia apenas um homem de cartola, de costas para o observador, olhando para o céu. Só depois Munch decidiu inserir uma figura meio andrógina, na cena, com uma expressão de desespero. Especialistas supõem que ela foi inspirada em uma múmia peruana que o pintor teria visto na exposição Universelle, em Paris, no fim dos anos 1880. Ela foi enterrada em posição fetal, com as mãos ao lado do rosto. A mesma múmia também teria inspirado Paul Gauguin, artista e amigo de Munch, em duas de suas obras.
O Grito é comparada à Mona Lisa, de Leonardo Da Vinci, por sua importância, e já foi usada em revistas, desenhos – como Os Simpsons – e filmes, como Pânico, além de ser homenageada por nomes como Andy Wahrol. É uma das obras de arte mais pop do mundo, mesmo sendo criada muito antes da pop arte. Passados 123 anos, o quadro já ganhou diversas releituras e homenagens, e, neste sábado, inspira também um movimento de artistas, em Goiânia, em um projeto da Associação Goiana das Artes Visuais (Agav). 
Chamado de O Novo Grito, o evento reúne, a partir das 9h no Palácio da Cultura da Praça Universitária, cerca de 50 artistas previamente inscritos e aprovados no Fundo Estadual de Arte e Cultura para pintar, desenhar, fotografar e esculpir, inspirando-se no quadro O Grito. “Neste momento, em que todos gritam por uma nação mais justa, queremos realizar, durante quatro meses, oito encontros para uma interpretação iconográfica deste quadro, chave para o movimento impressionista internacional, como uma metáfora visual do momento atual em que vivemos e convivemos, com fortes emoções sócio, político e econômicas.”, diz o artista Nonatto Coelho no manifesto que divulga o evento.
No lançamento do projeto, está programada uma palestra do crítico de arte e escritor Emílio Vieira sobre o expressionismo e também sobre a obra de Edvard Munch, além de show com música ao vivo. Além dos 50 artistas inscritos para participar do happening em público, foram escolhidos 15 nomes de alunos, acima de 18 anos, de escolas de arte para participar junto ao grupo dos artistas profissionais da Agav em uma espécie de bolsa artística. 
Ao final dos oito encontros de trabalhos, haverá uma exposição dos trabalhos. Os quatro melhores trabalhos entre os realizados pelos estudantes, escolhidos pelos curadores da Agav, serão expostos juntamente com os artistas da Associação em um período e local a serem definidos no ano de 2017. E três artistas da Associação receberão prêmios de R$ 1.000. Os prêmios serão escolhidos em votação pelo público visitante da exposição.