Guto Veronez deixa Vila Nova
Presidente colorado renuncia ao cargo após 22 meses no comando; em carta aberta, ele tenta explicar motivos de saída
Guto Veronez não é mais o presidente do Vila Nova. A decisão de renúncia foi tomada há pouco mais de um mês, mas comunicada e tornada oficial na tarde de ontem. Em carta aberta aos torcedores colorados, o mandatário do clube expôs problemas internos que o levaram a abandonar o comando após 22 meses.
Foram 22 meses no cargo e diversas conquistas, muitas delas, fora de campo. Em 2015, o Tigre foi campeão da Divisão de Acesso do Campeonato Goiano e do Campeonato Brasileiro da Série C. Nesta temporada, a equipe participou da Copa Verde – avançou até as quartas de final – e também chegou às semis do Campeonato Goiano. No Campeonato Brasileiro da Série B, tem situação confortável, mas ainda sonha com o acesso à elite do futebol nacional.
No documento, Guto citou ainda a reforma do Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), que teve capacidade expandida para 11.788 torcedores. Ele destacou que o clube tem o maior plano de sócio-torcedor do da região Centro-Oeste, além de ter conseguido a Certidão Negativa de Débitos. Veronez afirmou ainda que o clube conseguiu reduzir de 298 para 130 o número de ações trabalhistas.
O agora ex-presidente colorado explicou que sofreu calúnia e difamação durante reunião do Conselho Deliberativo, no início de setembro e, por isso, decidiu deixar o Tigre. Guto classificou o episódio como um “teatro de cartas marcadas”.
“Lutei contra problemas antigos e atuais, internos e externos, com todas as minhas forças. Entendi, finalmente, que é o momento de parar. Não me encaixo nos parâmetros vigentes, em que o sobrenome correto ou determinadas relações pessoais definem seu destino político no clube. Briguei o quanto pude, mas esgotei minhas forças e não preciso passar o que estou passando neste momento”, afirmou.
Ainda na carta, Veronez disse que foi “apunhalado pelas costas por causa de incompetência, ciúmes e vaidades” por pessoas que confiava, provavelmente em alusão à renúncia coletiva de cinco diretores, ainda em junho. Na ocasião, o grupo deixou o clube um dia após o anúncio de Felipe Albuquerque como diretor de futebol.
À época, contudo, o vice-presidente de finanças, Alexandre Dantas, o primeiro vice-presidente, Muller Meira, e o segundo vice-presidente, Marcus Lorenzo, o diretor de marketing, Murilo Reis, e o diretor jurídico, Paulo Henrique Pinheiro, garantiram que a chegada de Albuquerque era apenas a gota d’água. O quinteto explicou que Vila enfrentaria problemas financeiros a partir de setembro, principalmente pelo que classificaram como “escolhas ruins” de Guto.
Futuro
O Conselho Deliberativo do Vila Nova se reuniu na noite de ontem para definir quem assume a presidência a partir de agora. O mais provável é que o segundo vice-presidente executivo, Ecival Miguel da Silva Martins, seja o nome que dirigirá o clube até o fim do mandato de Guto Veronez, que ia até o fim de 2017.