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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Economia

Indústria da construção enfrenta pessimismo

Empresários do setor se mostram preocupados em relação aos próximos seis meses

Postado em 26 de outubro de 2016 por Sheyla Sousa

Uma pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que a indústria da construção ainda não reagiu às primeiras medidas econômicas do governo Michel Temer. A pesquisa aponta empresários pessimistas e nível de emprego sem melhoras em relação aos meses anteriores.
Em uma escala de 0 a 100, em que qualquer número abaixo de 50 representa uma queda, o número de empregados em setembro chegou a 39,7 pontos, um valor semelhante a agosto. Já o índice de atividade da indústria é considerado estável, com 41,5 pontos. Em julho, esse número era 0,8 pontos maior, caiu 0,5 pontos em agosto e mais 0,3 em setembro.
Os empresários do setor se mostram pessimistas em relação aos próximos seis meses. Em setembro, todos os índices de expectativas mantiveram-se abaixo de 50 pontos. As expectativas do nível de atividade, da abertura de novos empreendimentos, da compra de insumos e em relação ao número de empregados apresentaram ligeira queda.
A situação econômica do país se reflete em queda no consumo, e o setor da construção vem sentindo o impacto da redução de demanda. E é justamente a demanda interna insuficiente o principal problema apontado pela indústria no terceiro trimestre, seguido da taxa de juros elevadas e da alta carga tributária.

Esperanças de melhora
Apesar do cenário negativo no setor, a pesquisa mostra uma ligeira melhora no acesso ao crédito, ainda que continue em uma perspectiva negativa. Em uma escala de 0 a 100, onde qualquer número abaixo de 50 representa dificuldade no acesso ao crédito, e facilidade acima de 50, o indicador do terceiro trimestre mostrou melhora de 1,7 pontos em relação ao período anterior. A tendência de alta vem desde o primeiro trimestre do ano, que apontava 23,1 pontos, chegou a 26,3 no segundo trimestre e agora marca 28 pontos.
Outro número que ainda está baixo, mas vem reagindo lentamente, é a disposição de empresários em investir. O índice de intenção de investimento aumentou para 28,8 pontos em outubro de 2016, saindo de 26,9 em setembro. A pesquisa, no entanto, alerta sobre a reação ainda frágil e cautelosa. “A intenção segue baixa: a queda do nível de atividade, o baixo uso da capacidade de operação e as expectativas ainda pessimistas desestimulam os empresários a investir”, diz a publicação.
O economista da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que a pesquisa foi feita antes da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que baixou em 0,25 pontos percentuais a taxa Selic. Segundo ele, a medida é importante para uma melhora no setor. "A pesquisa foi feita antes do anúncio da redução da taxa de juros básica, a Selic. A queda dos juros é importante para a recuperação da construção, porque ajudará a melhorar a situação financeira das empresas e estimulará a demanda do setor", avalia.

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