Júnior Bueno

‘A amizade sincera é um santo remédio, é um abrigo seguro. É natural da amizade o abraço, o aperto de mão, o sorriso. Por isso, se for preciso, conte comigo, amigo disponha. Lembre-se sempre que mesmo modesta, minha casa será sempre sua”. A letra é de Amizade Sincera, música de Renato Reis, que já deu um nome ao show que fez ao lado de Sérgio Reis. Mas a amizade da canção pode se estender também a Almir Sater, que tem carreira e história de vida muito próximas a dos dois cantores. Os três retornam a Goiânia, mas dessa vez juntos para o espetáculo Tocando em Frente.

O trio, responsável pelos maiores clássicos da música sertaneja sobe ao palco da Atlanta Music Hall, no sábado (5 de novembro), a partir das 22h. Durante a apresentação, os três principais nomes da música sertaneja permanecem juntos, no palco, e relembraram os grandes sucessos de suas carreiras. 

Além das músicas de sucesso, o trio leva ao público goiano canções inéditas, escritas pela parceria entre Almir Sater e Renato Teixeira, e que fazem parte do álbum Ar, produzido pelo norte-americano Eric Silver. O projeto mistura música caipira com rock acústico dos anos 1970. O show estreou em São Paulo e percorrerá todo o Brasil até o fim de 2017. O trio está sendo acompanhado pelo violonista Rodrigo Sater e o tecladista e arranjador Crispin Del Cístia. 

Três violeiros

Juntos, Almir Sater, Renato Teixeira e Sérgio Reis somam 90 álbuns lançados – entre material inédito, coletâneas e discos ao vivo. O trio, que consagrou diversas canções no cenário, contabiliza 206 anos de idade e mais de 120 de carreira. 

Almir Sater conquistou o público ao longo de sua carreira com repertório sempre refinado e escolhido a dedo, além dos causos que conta durante os shows. O violeiro apresentará clássicos como Tocando em Frente, Chalana, Moreninha Linda e Cabecinha no Ombro.

No show, Sérgio Reis promove uma mistura de novas canções e sucessos que marcaram sua vitoriosa trajetória nos palcos. No repertório, estarão músicas que compõem o disco vencedor do Grammy Latino, na categoria Sertanejo, além de clássicos como Panela Velha, Menino da Porteira, Comitiva Esperança e Pinga Ni Mim. 

Cantor, instrumentista e compositor, Renato Teixeira faz um passeio por toda a sua trajetória artística e relembra canções que acabaram virando clássicos do universo caipira e referência da refinada música popular brasileira. A influência folk internacional e das clássicas modas de viola do interior do Brasil se fazem presentes em composições como Tocando em Frente, Amanheceu e Romaria. Autoproclamado o “curador da música caipira” no País, Renato Teixeira falou ao Essência sobre o show, seus parceiros, o futuro da música caipira e da esperança que sente pelo Brasil. 

SERVIÇO:

Show ‘Tocando em Frente’

Onde: Atlanta Music Hall
Quando: 5 de novembro (sábado)
Horário: 22h
Ingressos: A partir de R$ 80

Entrevista: RENATO TEIXEIRA

Você se considera um cantor caipira. Como é ser um artista caipira em um Brasil cada vez mais urbano?
Considero-me um curador da música caipira no Brasil. Sinto que a música sertaneja, como um todo, está em um processo revolução do banal ao formidável

E há quem possa levar adiante o legado da música caipira?
Hoje, vejo grandes representantes da música caipira chegando. São eles: Chico Teixeira, Folk na Kombi, Nô Stopa, Gabriel Sater, Roberta Campos – dentre outros. O movimento protagonizado por eles denomina-se música folk, e nada mais é do que uma nova abordagem da música caipira no Brasil.

Como é esse encontro com outros dois cantores, com expressões artísticas tão próximas da sua, como Sérigo Reis e Almir Sater?
Somos grandes amigos, somos vizinhos na Serra da Cantareira, nosso refúgio, e nossa parceria musical sempre foi tão presente e marcante em nossas vidas, que esta reunião veio como um encontro de grandes amigos. O que tocamos no show é muito do que tocamos juntos na Serra quando nos encontramos.

Seus grandes sucessos foram gravados por Maria Bethânia, Elis Regina e Gal Costa. Das cantoras da nova geração da MPB, qual voz você gostaria de ver cantando uma música sua?
Essa é uma pergunta dificílima, afinal, Maria Bethânia, Elis Regina e Gal Costa são vozes únicas e marcantes. 

Você tem uma carreira que perpassa por diversos momentos políticos do País, como a ditadura, a abertura política e a democracia. Como você avalia o atual momento social e político brasileiro?
Estamos em um processo de mudança em que o principal combustível é a esperança. Eu acredito muito no potencial do Brasil e no povo brasileiro. Vamos superar a atual crise política.

Foto: divulgação