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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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CINEMA

A geração do cinema de Super Herói

A Quase 10 anos os filme de super herói se tornaram o sub-gênero preferido daqueles que nunca leram um quadrinho na vida

Postado em 5 de novembro de 2016 por Toni Nascimento
A geração do cinema de Super Herói
A Quase 10 anos os filme de super herói se tornaram o sub-gênero preferido daqueles que nunca leram um quadrinho na vida


Toni Nascimento 
Parece que foi ontem que Robert Downey Jr. vestiu a sua armadura de Homem de Ferro pela primeira vez e tornou o estúdio Marvel íntimo do grande público. Se era difícil imaginar alguns anos atrás que filmes de super-herói poderiam se tornar blockbusters e máquinas eficientes de fazer dinheiro, mais complicado ainda era pensar que seria possível a quase falida Marvel tornar este feito real. 

Na década de 1980, a grande representante dos quadrinhos no cinema era DC Comics, com seu clássico Superman, vivido pelo imortal Christopher Reeve, ou o Batman, dirigido pelo lendário Tim Burton. Apesar de já nos anos 2000 a Marvel se ver representada na tela grande pelos X-Men por meio da Fox e o Homem Aranha pela Sony, o terreno ainda era da concorrente que, em 2004, apresentou ao mundo o Batman pelas mãos do Christopher Nolan, lucrando rios de dinheiro com o que se tornaria uma trilogia. 

Apesar deste cenário desanimador e com os direitos de seus principais personagens vendidos para outros estúdios, a Marvel se reinventou e, com o primeiro Homem de Ferro, começou a construir o seu universo cinematográfico, onde ela usaria seus heróis-B, ou seja, menos conhecidos, e os colocaria no mesmo universo e interagindo, virando a indústria de cabeça para baixo. Ele lucrou U$$ 1 bilhão e 200 milhões. Não demorou muito e o estúdio Marvel foi comprado pela Disney, em 2009.

O sucesso foi tanto que, em oito anos, eles fizeram 14 filmes, dentro do universo compartilhado da Marvel, e destes muitos se tornaram os filmes mais lucrativos do subgênero e também entre os mais lucrativos da história do cinema. Os Vingadores é o quinto filme mais lucrativo da história, arrecadando U$$ 1 bilhão e 500 milhões de dólares pelo mundo todo. 

Para o antropólogo e crítico de cinema do site Incinerrante Marcelo Ribeiro, o sucesso de filmes de super-herói podem ser associadas a três razões. Primeiro às razões econômicas e políticas que movimentam a indústria;  segundo pelas razões sociais, associadas à história recente das sociedades ocidentais e, mais especificamente, à relação cada vez mais importante entre consumo de imagens que circulam; terceiro por razões estéticas, associadas à intensificação dos modos de representação e de narração consagrados e constantemente renovados pela indústria cinematográfica hollywoodiana.

“Os filmes de super-herói participam de um movimento difuso de reorganização do mercado cinematográfico e audiovisual no qual diversos elementos associados aos filmes tendem a se distribuir em diversos meios ou mídias de consumo: não apenas os quadrinhos e os filmes, mas também brinquedos, jogos eletrônicos, roupas e ainda outros tipos de produtos são criados para uma mesma franquia, maximizando as possibilidades de lucro econômico” explica Ribeiro.

Questionado se já existiu outro movimento do cinema semelhante ao sucesso comercial dos filmes de super-herói e se existe um fim para eles, Marcelo respondeu que, guardadas as devidas proporções, o cinema americano já passou por momentos similares, como os longas de aventura – por exemplo, os do Tarzan –, entre a década de 1930 e 50. Para ele, assim como todo ciclo dentro do capitalismo, essa fase tende a ser superada por outra tendência em algum momento, mas que não morrerá devido às características básicas, como as lutas entre o bem e o mal, que se manifestam no imaginário popular desde sempre. 

Hoje, a DC Comics tenta correr atrás do prejuízo e fazer o seu próprio universo compartilhado no cinema, como por exemplo, os filmes Batman vs Superman e Esquadrão Suicida, que foram lançados em 2016, e que, apesar das criticas negativas, lucraram bastante nas bilheterias. 

Se vai durar mais oito anos ou acabar antes disso, não é possível prever com precisão, mas atualmente a industria cinematográfica se sustenpor meio  destas grandes franquias sem fim, que ganham dinheiro, além de bilheteria, com licenciados, transformando seus personagens em brinquedos e mitos. Enquanto super-heróis forem lucrativos, ainda teremos mais de cinco filmes deles para ver por ano.
 

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