Goiânia sedia maior evento do setor de tomate industrial da América Latina
Situação econômica do país, impacto no consumo de alimentos e novos caminhos para agroindústria serão destaques do 8º Congresso Brasileiro de Tomate Industrial
Da redação
Entre os dias 23 e 24 de novembro, Goiânia recebe a 8ª edição do Congresso Brasileiro de Tomate Industrial (8º CBTI). Com temáticas voltadas para a atual situação econômica do Brasil, o evento discutirá, entre outros assuntos, a viabilidade financeira da produção do tomate para indústria; o impacto dos insumos na cadeia produtiva; técnicas para melhor aproveitamento da água e os reflexos da crise no consumo de alimentos por parte das famílias brasileiras.
A programação do 8º CBTI, que acontecerá no Centro de Convenções, tem na pauta a realização de palestras, mesas redondas, apresentações de trabalhos científicos e atualizações técnicas para especialistas. As atividades do evento foram preparadas para contemplar pesquisas recentes sobre o cultivo do tomate industrial, tendências de mercado e inovações relacionadas à cadeia produtiva. Cerca de 400 congressistas são esperados durante os dois dias do Congresso – considerado o maior do segmento na América Latina.
Destaque na programação do 8º CBTI, Tiago Fischer, professor doutor em estratégia e marketing pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), ministrará palestra sobre o impacto da crise econômica brasileira no setor de alimentos. Fischer dará um panorama sobre a situação da cadeia no país, destacando algumas das estratégias adotadas pelas empresas neste momento de recessão.
O 8º CBTI também apresentará o cenário de produção e processamento do tomate industrial em Goiás e no Brasil. Rafael Sant’ana (Cargill), Larissa Pagliuca (Cepea) e Vlamir Breternitz (Atlântica Foods) abordarão durante a palestra “Panorama Global e local do setor de tomate para a indústria” os números relacionados ao consumo, importação e exportação da polpa do fruto no país, que em 2016 tem previsão de uma safra em torno de 1,3 milhão de toneladas.
Água
Focada nas questões ambientais, a programação do 8º CBTI preparou uma discussão sobre o impacto da água no custo de produção e processamento do tomate para indústria. Uma mesa redonda com a presença de representantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) debaterá a cobrança de água para a cadeia e a eficiência do pivô central na irrigação das lavouras.
Uma das preocupações do setor tem a ver com a escassez de água. De acordo com a Associação Brasileira da Cadeia Produtiva do Tomate para Processamento (Abratop), a insuficiência pode comprometer futuras safras no Estado. A escassez de água é uma das explicações para a redução da produtividade do fruto em Goiás, que em 2016 será de 87 toneladas por hectare – queda de pouco mais de 2% em relação a 2015.
Feira
Paralela aos debates, mesas redondas e exposições científicas do 8º CBTI, acontece a Feira de Produtos e Negócios 2016. Grandes fornecedores de insumos, máquinas e equipamentos apresentarão novidades e tendências aos empresários, técnicos e pesquisadores envolvidos na cadeia de cultivo e processamento do tomate industrial. A Feira representa, em todas as edições do Congresso, grandes oportunidades de negócios para o setor.
De acordo com o presidente da Abratop, Antonio Carlos Tadiotti, o 8º CBTI é uma chance para reunir profissionais que desejam se atualizar sobre um mercado cada vez mais desafiador. “Uma crise econômica está passando pelo nosso Brasil e isso não se limita somente a alguns setores do tomate. Na verdade, a crise faz com que haja uma reação em cadeia, desde a lavoura até o consumidor final. Para driblar esse momento é necessário engajamento entre os envolvidos no cultivo e no processamento do fruto. A 8ª edição do CBTI vai nos mostrar parâmetros do alcance dessa retração nos negócios e discutir ações para atenuar o problema. É de fundamental importância que todos os agentes da cadeia estejam juntos nesse evento de proporções nacionais, levando em conta que o Brasil tem grande relevância no cenário mundial neste segmento”, explica.