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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Cidades

Preço do coco varia em diferentes parques de Goiânia

As vendas caíram e diferenças de preço variam com a localização dos parques . Vendedores de água de coco encontram dificuldades para manter renda

Postado em 19 de novembro de 2016 por Toni Nascimento
Preço do coco varia em diferentes parques de Goiânia
As vendas caíram e diferenças de preço variam com a localização dos parques . Vendedores de água de coco encontram dificuldades para manter renda


Da Redação
Há muitos anos já se enraizou a rotineira imagem dos parques de Goiânia cheios de pessoas fazendo caminhada, passeando e privilegiando uma vida saudável. E os vendedores de água de coco estão presentes desde o início, oferecendo um produto que não é originário daqui, mas que transmite a sensação de saúde e deixa os espaços de lazer mais agradáveis. No entanto, esse produto variou muito de preço no decorrer dos anos e hoje é motivo de preocupação para os vendedores que dependem dessa renda para viver.

No Parque Flamboyant existe dez quiosques distribuídos dentro do percurso da área de preservação, que segundo o vendedor Ângelo Custode, de 50 anos, a Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) disponibiliza uma licença para esse tipo de comércio, de forma gratuita contando que os vendedores sejam responsáveis pelo lixo que é gerado da venda do coco, e recolha por meio de lixeiras mais próximas aos quiosques. Por conta da localização do parque, que é uma região nobre da cidade, o preço do coco é maior que em outros parques.

Ângelo conta que é um dos mais antigos vendedores do parque. Ele trabalha no quiosque há nove anos e é do coco que tira sua renda todos esses anos. Ele conta que quando começou a trabalhar lá o coco custava R$ 2 e agora já vale R$ 5. Com o tempo os preços da maioria das mercadorias vai aumentando, acompanhando a inflação, impostos e valor de moeda. No entanto, o vendedor explica que além do aumento normal, o coco vendido no Flamboyant vem do estado de Sergipe, que segundo ele, é de melhor qualidade.

Para trazer esse coco de longe, o vendedor paga na distribuidora o valor de R$ 2,50 em cada produto, e vende a R$ 5 reais, que é um preço padronizado entre todos quiosques. Ele conta que ali naquele parque, os próprios usuários do espaço de lazer exigem melhor qualidade do coco, e isso justifica o preço maior que é cobrado. Mas Ângelo já afirmou que seus dias ali estão chegando ao fim, pois não está vendendo muito e não consegue tirar uma renda suficiente para pagar suas contas, e já decidiu mudar de emprego, depois dos nove anos no ramo. 

Barraquinhas
Em visita ao Parque Jardim Botânico, o Jornal O Hoje constatou que apesar do grande fluxo de gente que o parque recebe, ainda não tem tanto comércio de comida e bebida em volta. Encontramos apenas o ambulante Horácio Linhares, de 58 anos, que é atualmente o único vendedor de coco e caldo de cana do parque. Ele conta que começou a vender há um ano, e que leva sua barraquinha diariamente, e fica em torno da reserva esperando os clientes que vêm fazer exercícios nas pistas de caminhada.

Horácio sabe que ainda precisa melhorar o número de clientela para tirar uma boa renda, e seu público alvo chega só no final da tarde, mas desde depois do almoço o vendedor já se apronta para receber os motoristas que passam ali em volta e dão uma paradinha na sua barraca. Ele afirma que o caldo de cana ainda tem maior saída que o coco. E por não vender tanto, ele compra uma quantidade pequena na distribuidora que tem perto do lugar onde estaciona sua barraquinha.

O preço do coco de R$ 5s de Ângelo é bem mais caro que o de R$ 3 do Horácio. Mas é preciso levar em conta a localização desses parques, pois o Jardim Botânico, inaugurado em 1978 no Setor Pedro Ludovico Teixeira, tem uma rotina e fluxo de pessoas diferente da demanda do Parque Flamboyant, ou do Vaca Brava, por exemplo. O Parque Flamboyant, inaugurado em 2007, no Bairro Jardim Goiás, foi um projeto mais elaborado que disponibilizou os espaços dos quiosques.

Parques como o Vaca Brava tem que lidar com um grande número de carros e barraquinhas que disputam espaço nos estacionamentos irregulares em torno da reserva, que no plano diretor, é projetado para ciclistas. Todos os parques de Goiânia têm seu entorno sinalizado com placas e faixas de cor vermelha que indicam o espaço destinado à ciclovia. Mas são poucos os parques que disponibilizam os quiosques para os vendedores, como no Lago das Rosas e o Flamboyant, e a solução é estacionar as barraquinhas o mais perto possível.

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