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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Política

Freire vai ajudar a salvar o Brasil, diz Temer ao dar posse ao novo ministro

“Você não vai cuidar somente da cultura, Roberto. Quero que você esteja do meu lado para governar” discursou Temer

Postado em 23 de novembro de 2016 por Toni Nascimento


O presidente Michel Temer disse hoje (23) que o papel de Roberto Freire em seu governo irá além ao das atribuições dele à frente do Ministério da Cultura. “Você não vai cuidar somente da cultura, Roberto. Quero que você esteja do meu lado para governar”, disse o presidente durante a cerimônia de posse do novo ministro na pasta.

“Você traz para o governo a simbologia de quem tem um passado de lutas em favor do Brasil. Temos hoje absoluta certeza de que o governo está ganhando muito. Se não foi bem até agora, eu digo a vocês, a partir do Roberto Freire o governo ganhará céu azul, velocidade de cruzeiro e vai salvar o Brasil”, discursou o presidente.

Temer reiterou que o país vive uma recessão profunda e que, mesmo diante desse cenário, "exige-se" logo o crescimento, passando por cima da recessão. “Mas é preciso, primeiro, vencer a recessão para depois retomarmos o crescimento, porque é com ele que vem o emprego", afirmou, referindo-se à necessidade de aprovação da PEC do Teto de Gastos Públicos e da Reforma da Previdência, tanto no âmbito federal como estadual.

“Quando cheguei aqui, na Constituinte, o Freire já era grande figura da política nacional. Acompanhava com muito interesse os discursos e intervenções adequadas, e às vezes muito rigorosas, que ele fazia naquele tempo. Eu, calouro ainda, e ele veterano. Ele não se recorda. Isso significa que pessoas muito importantes, muitas vezes não se lembram das mais singelas”, disse Temer. “ É interessante como a vida tem acidentes”, acrescentou.

Temer revelou que planejava colocar Freire na pasta desde antes da posse na Presidência da República, mas que, em função da necessidade de reduzir o número de ministérios, a ideia acabou sendo postergada. “Roberto disse, após ter sido designado [extraoficialmente] ministro da Cultura, que eu teria de reduzir ministérios, e que se não o fizesse iria apanhar demais. Ele me disse: 'faça o seguinte: se quiser meu cargo está à disposição'. Como tinha na cabeça a figura do Ministério da Educação e Cultura, resolvi reunir as duas pastas”.

“Logo depois, houve uma grita natural da cultura. Como as contestações eram legítimas, revi o ato, mas a essa altura não foi possível levá-lo, porque já havia outro companheiro ocupando a Secretaria da Cultura”, acrescentou.

Freire assume o ministério no lugar de Marcelo Calero, que, um dia após ter pedido demissão, afirmou, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, que o ministro Geddel Vieira Lima o pressionou a intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) para liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador, onde Geddel adquiriu um imóvel. 

No discurso de posse, Roberto Freire comparou sua entrada na equipe de governo à participação como líder do governo Itamar Franco, pelo fato de terem ocorrido em momentos políticos conturbados. Ressaltou também o papel importante que a cultura assume, enquanto instrumento de integração e diversidade.

“Para nenhum ser humano o outro é estranho. A pluralidade cultural deve ser a base de nossa tolerância ao outro e ao universo”, disse o novo ministro. “Como parlamentar, com quase 40 anos de exercício de mandato, sei da necessidade do diálogo para enfrentar a divergência, elemento que é fundamental para o exercício da democracia. O diálogo será essencial também para integrarmos todos os agentes culturais”, disse. 

O primeiro cargo eletivo de Roberto Freire foi o de deputado estadual, em 1974, pelo MDB, em Pernambuco. Posteriormente foi eleito deputado federal por quatro mandatos consecutivos, passando por partidos como PMDB e PCB, até filiar-se ao PPS em 1992. Em 1994 foi eleito senador. Atualmente, exerce mandato de deputado federal. Foi também líder de governo durante o mandato de Itamar Franco, assumido após o impeachment de Fernando Collor.

(Agência Brasil)

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