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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Operação Rei do Gado

PF investiga governador do Tocantins por fraude e desvio de R$ 200 milhões

Marcelo Mirando é alvo da Operação Rei do Gado, que apura fraude em licitação. Familiares do governador também estão sendo investigados

Postado em 28 de novembro de 2016 por Renato
PF investiga governador do Tocantins por fraude e desvio de R$ 200 milhões
Marcelo Mirando é alvo da Operação Rei do Gado

Da redação 

A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (28), a Operação Reis do Gado, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que atuava no Estado do Tocantins praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado. Foi apurado que o grupo movimentou mais de R$ 200 milhões em lavagem de dinheiro. 

Participam da operação cerca de 280 policiais federais. Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados judiciais expedidos pelo STJ sendo, 8 mandados de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão nas cidades de Palmas e Araguaína no Tocantins, Goiânia/GO, Brasília/DF, Caraguatatuba/SP Canãa dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia/PA. 

Entre os alvos, está o governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB). O político sofreu uma condução coercitiva por suspeita de crimes contra a administração pública, entre eles dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família. 

Investigação

A investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares do governador e pessoas de confiança do chefe do executivo estadual, que teria gerado enorme prejuízo aos cofres públicos. As autoridades identificaram, até o momento, um montante de mais de 200 milhões de reais efetivamente lavados. 

A ocultação do dinheiro desviado ilicitamente era feita por meio de transações imobiliárias fraudulentas, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve por destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado. 

Casos

Chamou atenção dos policiais o volume de algumas transações financeiras do grupo. Em um dos casos foi identificada um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”. 

Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, sendo dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. 

 

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