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terça-feira, 26 de novembro de 2024
Saúde

Epilepsia: como fazer a diferença no momento de crise

Informação, respeito e prontidão para ajudar são fundamentais para a inclusão dos pacientes na sociedade

Postado em 18 de dezembro de 2016 por Redação
Epilepsia: como fazer a diferença no momento de crise
Informação

São diversas as manifestações possíveis quando o assunto é epilepsia. Por isso, é necessário entender não só quais são elas, mas como agir ao presenciar uma crise e ajudar o paciente. Muitas vezes, essa primeira assistência pode ser decisiva para um diagnóstico precoce e/ou auxílio ao tratamento.

A crise epiléptica é regularmente confundida com outras enfermidades, uma vez que é comum se associar a fatores como febre alta, abuso de drogas ou distúrbios metabólicos. A crise, principal sintoma da epilepsia, deve-se a uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro. “Na realidade, a doença epilepsia tem várias causas como traumas na cabeça, problemas durante o parto ou até um tumor”, salienta a Dr. Maria Luiza Manreza, doutora em Neurologia pela Universidade de São Paulo (USP). 

Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia, há, até o momento, cerca de 3 milhões de brasileiros com o diagnóstico da doença, que é clínico com base na história relatada pelo paciente, seus familiares ou pessoas que presenciaram as crises epilépticas, o que mostra como é importante ter conhecimento acerca das características da doença. Exames complementares como o eletroencefalograma (EEG) e de neuroimagem, como a tomografia e a ressonância magnética, ajudam na confirmação do diagnóstico, na caracterização do tipo de crise epiléptica e na definição da causa da epilepsia.

A manifestação mais conhecida é a “crise tônico-clônica generalizada ou crise grande mal”, em que o paciente apresenta uma convulsão na qual perde a consciência e contrai os músculos do corpo podendo cair no chão, salivar excessivamente, morder a língua, respirar de forma ofegante e até urinar. Já a “crise de ausência”, menos popular e mais recorrente na infância, é caracterizada por um “desligamento”, em que o paciente fica com o olhar fixo e perde o contato com o meio por alguns segundos, voltando depois como se nada tivesse ocorrido.

Outro tipo de crise generalizada é a “crise mioclônica”, em que ocorrem movimentos bruscos, muitas vezes como um choque, e os pacientes podem derrubar ou mesmo jogar objetos que tenham nas mãos. Essas crises geralmente ocorrem no período da manhã, após o despertar, facilitadas pela falta de sono ou excesso de estresse. Muitas vezes passam despercebidas por quem está por perto, principalmente quando ocorre na adolescência, momento em que “movimentos desajeitados” são considerados mais frequentes. Todo esse cenário retarda o diagnóstico e consequentemente o tratamento, o que pode agravar certos quadros.

As crises epilépticas podem ser ainda “focais”, quando comprometem áreas mais restritas do cérebro. Elas podem ocorrer com ou sem perda da consciência e as manifestações clínicas são variáveis dependendo da área do cérebro que foi acometida. Uma das formas mais comuns são aquelas caracterizadas por dor na região abdominal seguida de perda de consciência e movimentos automáticos nas mãos ou mesmo na boca. Certas crises podem ainda ser confundidas com distúrbios psiquiátricos, visto que os sintomas podem envolver alucinações  ou experiências similares a um sonho. 

Algumas medidas que podem ser tomadas durante as manifestações da epilepsia podem aliviar a tensão do paciente e até mesmo salvar vidas. “No caso de crises convulsivas, por exemplo, o procedimento é afastar objetos que possam machucar o paciente, apoiar sua cabeça virando-o de lado para não deixar ocorrer o acúmulo de saliva ou que haja a possibilidade de engasgamento e, por fim, esperar que passe”, reforça a neurologista.

O papel de quem presencia uma crise faz a diferença. A compreensão é o primeiro passo para se tornar capaz de auxiliar uma pessoa que convive com a doença, além de contribuir para que ela não seja marginalizada socialmente. Informar-se, respeitar e estar pronto para ajudar é fundamental para colaborar com a inclusão dos pacientes na sociedade. (Foto: reprodução prof 2000 )

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