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terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
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Crise econômica

Baixo crescimento marcará economia em 2017, preveem especialistas

De acordo com economistas, o país precisa superar as pendências políticas antes de voltar a crescer, mas essa é apenas uma parte da solução

Postado em 26 de dezembro de 2016 por Redação
Baixo crescimento marcará economia em 2017
De acordo com economistas

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Um início de recuperação em meio a um crescimento tímido e a
dificuldades no cenário internacional. Para economistas ouvidos pela Agência
Brasil, as perspectivas para a economia em 2017 indicam leve melhora em relação
a 2016, mas apontam para um caminho cheio de percalços rumo à retomada da
produção e do consumo.

Segundo os especialistas, o quadro político também retarda a
recuperação da economia. Para eles, o país precisa superar as pendências
políticas antes de voltar a crescer, mas essa é apenas uma parte da solução.

Para a professora de economia da Fundação Getulio Vargas
(FGV) Virene Matesco, o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços
produzidos no país) crescerá no máximo 0,5% em 2017. Ela diz que somente quando
consumidores e empresários recuperarem a confiança, a economia começará a
recuperar-se plenamente.

“A recuperação da economia em 2017 depende fundamentalmente
de dois fatores: a superação da crise política e a aprovação de medidas que
sinalizem algum compromisso do governo com as contas públicas. Somente aí, o
país poderá começar a se reorganizar”, disse. “O Congresso é como um trator que
vai tirar o carro atolado, que é o Brasil. Só que o trator está quebrado.”

Segundo Virene, mesmo a aprovação da reforma da Previdência
será apenas uma indicação para o mercado e os investidores. Isso porque tanto a
revisão no regime de aposentadorias e pensões como a emenda constitucional que
cria um teto para o gasto público têm impacto sobre as contas do governo apenas
no médio e no longo prazo. “Como os déficits nas contas públicas continuarão
persistindo, existe a possibilidade de o governo aumentar impostos para elevar
a receita”.

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito,
concorda com os reflexos da política sobre a economia. “Para mim, a crise atual
é fundamentalmente política. Será que os investidores continuarão dispostos a
pôr dinheiro no Brasil vendo o que está acontecendo aqui?”, pergunta.

Perfeito tem uma estimativa mais pessimista para o
crescimento da economia no próximo ano: 0,2%. Segundo ele, o resultado poderia
ser melhor se o governo ampliasse o déficit primário da União, estimado em R$
139 bilhões para 2017, para estimular a economia. “Um aumento de gastos seria
válido se fosse temporário e feito com transparência, mas não existe espaço
político para isso, até por causa dos erros dos governos anteriores com esse
tipo de medida”, explica.

O economista também atribui parte das dificuldades de
recuperação da economia ao cenário internacional, principalmente após a
indicação do Federal Reserve (Banco Central norte-americano) de que poderá
aumentar os juros da maior economia do planeta até três vezes em 2017 para conter
os efeitos dos cortes de impostos e da expansão dos gastos públicos do futuro
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Indústria

As entidades do setor produtivo também não têm projeções
otimistas para a economia no próximo ano. A Confederação Nacional da Indústria
(CNI) estima crescimento de 0,5% para o PIB, com expansão de 1,3% na indústria.
Para a entidade, o investimento deve crescer 2,3% em 2017 depois de cair 11,2%
este ano.

Para o gerente-executivo da CNI, Flávio Castelo Branco, a
ociosidade das indústrias, que estão com grandes estoques acumulados, e as
dificuldades financeiras das famílias e das empresas dificultam a retomada do
crescimento. Segundo ele, somente quando o endividamento diminuir, o consumo e
a produção terão condições de reagir.

“Quando as empresas geram empregos, giram a economia,
aumentando investimentos, salários, consumo e produção”, explicou Castelo
Branco durante a divulgação das estimativas da entidade para a economia em 2017
no último dia 13. Segundo ele, a aceleração das reformas da Previdência e
trabalhista e a diminuição dos desequilíbrios nas contas públicas são
importantes para que o país volte a crescer.

No fim de novembro, o Ministério da Fazenda reduziu a
projeção de crescimento do PIB para 2017 de 1,6% para 1%. A previsão oficial é
mais otimista que a do mercado. Na penúltima semana de dezembro, as
instituições financeiras estimavam expansão de 0,58% do PIB para o próximo ano,
segundo o Boletim Focus do Banco Central, publicação semanal com projeções de
analistas de mercado. As instituições projetam inflação de 4,9% em 2017 pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

foto: reprodução

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