Bruna Policena 

A prefeitura de Goiânia autorizou a implantação de novas placas de rua, por meio de licitação com a empresa de sistemas de comunicação Shempo, de São Paulo, que vai instalar as novas sinalizações na cidade. A empresa ganhou a concessão, e em troca do serviço, poderá explorar os espaços publicitários por 20 anos.

De acordo com informações do site da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh), serão colocadas 44 mil novas placas de rua, em que constará o CEP de cada via, 200 placas luminosas de identificação de praças, 200 conjuntos de identificação de bairro e 100 relógios urbanos digitais.

A concessão municipal de uso de bem público para o fornecimento, a instalação e manutenção do sistema de sinalização urbana no município de Goiânia, em atendimento à Seplanh, foi sancionada pela prefeitura no dia 16 de dezembro e a avaliação de proposta técnica a qual a empresa paulista passou, teve nota 8,6.

A terceirização tem como objetivo modernizar a cidade bem como oferecer maior acessibilidade dentro da capital, para os próprios goianienses e para futuros turistas. Nos espaços dos relógios e das placas luminosas será possível explorar publicidade de uma forma mais dinâmica, como apresenta a empresa em seu site.

O secretário da Seplahn, Sebastião Ferreira Leite, conversou com O Hoje e explicou que a licitação não custará em nada para a prefeitura, e que a renda gerada pela publicidade explorada pela própria empresa é o que irá remunerar a mesma. Por conta dos recessos de fim de ano, a prefeitura não forneceu a data prevista para início das implantações.

De acordo com Sebastião, há cerca de 20 anos que não se discute na cidade uma nova proposta de licitação para melhorar a sinalização de Goiânia. E que de 15 anos pra cá, foram feitos projetos de forma irregular, e a partir de 2008 que a Seplanh retornou pensar em medidas de acessibilidade. 

Empresa tem histórico de superfaturamento

 A empresa Shempo atua em todo Brasil a mais de 30 anos, e já participou de várias licitações em outros estados. No entanto, há algumas notícias mais antigas sobre problemas com custos muito altos, superpreços e rompimento de contratos por parte das prefeituras sem explicações plausíveis para a imprensa.

Em abril de 2015 o Tribunal de Constas do Distrito Federal determinou que o Departamento de Trânsito (Detran) de Brasília que suspendesse a licitação por avaliar como superpreço os 40 painéis eletrônicos alugados pelo aeroporto para sinalizar medidas de segurança ao custo de R$ 4,46 milhões. 

Na época, a Companhia de Engenharia de Trânsito de São Paulo fez contrato semelhante com a empresa, e pagaram R$ 888 mil a menos do que o Detran. Na cidade de Franca também foram retiraras as placas por conta da falta de licitação, que tornava o serviço da prefeitura com a empresa irregular. 

A empresa aluga as placas e painéis para as prefeituras, e a maioria das licitações envolve um contrato de valores. Goiânia não arcará com os custos, assim, sendo pagos pela própria publicidade, que é de onde a empresa paulista retira a maior parte de sua renda.