Suspeito ameaçou até estagiária do advogado
Dois policiais federais aposentados são apontados como autores do crime. Walmir Cunha atuou em uma ação que resultou na perda da guarda da neta de um deles
Da redação
A Polícia Civil confirmou hoje (29) a motivação do atentado
com bomba contra o advogado Walmir Cunha, em julho deste ano. De acordo com o
delegado que lidera as investigações, Valdemir Branco, o ataque foi uma
vingança do policial federal aposentado Valdinho Rodrigues Chaveiro, depois da
atuação do profissional em uma ação de direito da família. Walmir representou o
genro do suspeito, que obteve a guarda do filho de 6 anos, que até então estava
sob a tutela da mãe, filha do policial aposentado.
O delegado explica que, logo após o crime, a vítima relatou
ter sofrido ameaças de morte, que se estenderam até mesmo à estagiária de
escritório de advocacia, intimidada pelo suspeito. “Uma estagiária que
trabalhava com ele (Walmir) foi em uma repartição pública, onde foi abordada
pelo Valdinho, que disse: todos os que participaram daquela ação vão pagar pelo
o que fizeram com a minha família”, conta o delegado.
Além da ameaça, outros indícios apontaram a autoria do crime
para Valdinho e o irmão, Ovídio Rodrigues Chaveiro, que também é policial aposentado.
De acordo com a superintendente da Polícia Técnico-científica do Estado, Rejane
Barcelos, a análise de imagens de seguranças demonstra que o homem que entregou
a bomba ao motoboy é Ovídio. “Foram verificados 15 vídeos em que o suspeito
aparece, a equipe analisou características como peso idade e sexo, e foram
encontradas compatibilidades genéricas e algumas específicas, como uma cifose”,
explica.
Durante busca e apreensão na casa dos irmãos, a polícia
também encontrou as roupas usadas pelo homem identificado como Ovídio nas
filmagens. Além disso, imagens retiradas das redes sociais do policial mostram que
ele utilizava uma tala na mão esquerda. “Quando aquele senhor transportou o
artefato explosivo, estava com o braço imobilizado, estava com uma tala no
braço. Ao pesquisar a vida do senhor Ovídio nas redes sociais constatamos que
ele também fazia uso de uma tala”, afirma o delegado.
Terrorismo
Outro indício do crime encontrado pela polícia é uma
conversa telefônica entre duas pessoas não identificadas, que afirmam que a
família dos dois suspeitos é “sádica” e “gosta de coisas mórbidas”. Uma delas
chega a afirmar que pediu a um dos irmãos que pare de enviar vídeos do Talibã e
de atentados terroristas pelo aplicativo Whatsapp. De acordo com Valdemir
Branco, o fato fez com que a polícia optasse pela prisão temporária dos
suspeitos imediatamente. O caso segue em investigação.