Portugueses fazem fila para funeral do ex-presidente Mário Soares
Soares é considerado um dos grandes nomes da democracia portuguesa
Centenas de pessoas fazem filas hoje (9) para entrar no Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa, onde é velado o corpo do ex-presidente português Mário Soares, que morreu no último sábado (7), aos 92 anos.
Os portugueses trazem flores, cartazes e bandeiras de Portugal para homenagear Soares, que presidiu Portugal de 1986 a 1996 e também foi primeiro-ministro do país (1976-1978 e de 1983-1985). Alunos do Colégio Moderno, fundado pelo pai de Soares, também compareceram ao local.
“Ele lutou pelas liberdades individuais e pelos direitos individuais e quisemos vir prestar essa homenagem, porque talvez não tivéssemos uma democracia se não fosse por ele. Ele faz parte da democracia desse país. Trouxemos as camisolas [o uniforme] para mostrar o orgulho que temos de pertencer a este colégio”, disse um dos estudantes.
Soares é considerado um dos grandes nomes da democracia portuguesa. Lutou contra a ditadura na década de 70, foi preso e exilou-se na França. Voltou a Portugal, onde construiu uma respeitável trajetória política, tendo sido ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente da República e primeiro-ministro. Soares também é lembrado por ter encabeçado o processo de adesão de Portugal à União Europeia.
O corpo de Soares chegou ao Mosteiro dos Jerónimos às 13h (horário de Portugal) de hoje, em cortejo fúnebre que partiu da casa onde o ex-presidente vivia, no bairro de Campo Grande. O velório ficará aberto ao público durante todo o dia de hoje.
Dezenas de equipes de profissionais da imprensa fazem a cobertura do velório. Até o momento, a PSP (Polícia de Segurança Pública) não divulgou informações sobre a quantidade de pessoas que já passaram pelo mosteiro
O presidente do Brasil, Michel Temer, embarca hoje para Lisboa, para participar do encerramento das cerimônias fúnebres amanhã (10).
O governo de Portugal decretou 3 dias de luto oficial.
Mário Soares morreu na tarde de sábado, aos 92 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, onde estava internado desde o dia 13 de dezembro. O governo de Portugal decretou luto oficial de 3 dias, a partir de hoje. (Agência Brasil)