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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Mundo

Senado começa analisar nomeações de Trump

Presidente eleito está confiante que
os nove nomes indicados sejam aprovados; Barack Obama fez discurso de despedida

Postado em 11 de janeiro de 2017 por Sheyla Sousa
Senado começa analisar nomeações de Trump
Presidente eleito está confiante que

O Senado dos Estados Unidos começou a analisar, ontem (10), nove nomeações feitas pelo presidente eleito Donald Trump para seu governo. O primeiro nome a ser analisado é o do senador do Alabama, Jeff Sessions, indicado para ser o secretário de Justiça. As comissões de análise farão a aprovação ou não dos indicados. As informações são da agência ANSA.

Apesar da confiança do magnata de que todos os nomes serão aprovados, ainda não há certeza sobre tal, já que muitos dos indicados têm em seus currículos casos controversos. O próprio Sessions tem contra si acusações de racismo que, em 1986, impediram que ele assumisse o posto de juiz federal.

Por conta desse episódio, a sessão dos senadores foi suspensa por alguns instantes quando uma manifestante começou a gritar palavras contra o senador, lembrando o acontecido. No entanto, segundo a mídia norte-americana, Sessions deve ser aprovado. Ele tem o apoio de 52 republicanos e ao menos um democrata já se manifestou a favor do seu nome para a Justiça. São necessários 51 votos para a aprovação.

Ainda ontem seria analisado o nome do general John Kelly, escolhido por Trump para ser seu secretário de Defesa. Os demais nomes serão avaliados durante a semana.

Despedida

A apenas dez dias do final de seu mandado, o presidente Barack Obama fez ontem (10) o seu discurso de despedida, com um balanço de seus oito anos na Casa Branca. O pronunciamento, que foi transmitido em rede nacional de televisão, estava previsto para começar às 21h (meia-noite de Brasília) em Chicago, Illinois, mesma cidade onde ele fez o seu discurso de vitória em novembro de 2008.

Ao comentar por e-mail sobre o discurso, no Centro de Convenções McCormick Place, o maior dos Estados Unidos, Obama disse que desde 2009, quando assumiu a Presidência, “enfrentamos nossa parcela justa de desafios, e passamos por eles mais fortes. E nunca deixamos de lado uma crença que nos guiou desde o início – nossa convicção de que, juntos, podíamos mudar este país para melhor”.

Desde a época de George Washington, em 1796, os presidentes norte-americanos têm por tradição fazer um último discurso antes de deixar o cargo. Com isso, os presidentes têm a oportunidade de refletir sobre seus anos na Casa Branca e falar para os seus eleitores sobre as conquistas realizadas e também explicar o que não foi possível fazer.

Oito anos atrás, o ex-presidente George W. Bush pronunciou seu discurso de despedida na Universidade da Virgínia, quando defendeu a Guerra do Iraque e outras decisões controversas que tomou durante o período em que esteve no cargo. “Você pode não concordar com algumas decisões difíceis que eu tomei. Mas espero que possa concordar que eu estava disposto a tomar decisões difíceis”, disse.

O discurso de Obama ocorreu um dia antes da primeira entrevista oficial à imprensa a ser dada pelo presidente eleito Trump, ontem à noite. Há grande expectativa sobre essa entrevista, na qual Trump deve falar aos jornalistas sobre como pretende separar o mandato presidencial de seus negócios particulares, assunto que vem sendo constantemente questionado pela imprensa. (Agência Brasil)

Obama alerta presidente eleito sobre acordo 

Prestes a deixar a presidência dos EUA na próxima semana, o mandatário americano Barack Obama alertou o presidente eleito, Donald Trump, contra os riscos de afastamento de um acordo global sobre o clima, dizendo que as tendências em direção à energia limpa são “irreversíveis” e ajudarão a impulsionar o crescimento econômico. As informações são da agência chinesa Xinhua.

A advertência do atual presidente é pertinente, pois acredita-se que o legado climático e ambiental de Obama possa ser desmantelado por Trump, que já chamou o aquecimento global de “farsa” e ameaçou retirar os EUA do Acordo de Paris que entrou em vigor no ano passado.

Obama escreveu que “um registro científico maciço” mostra que as mudanças climáticas são “reais e não podem ser ignoradas” e que o crescimento contínuo dos emissões de gases de efeito estufa pode elevar as temperaturas médias globais em quatro graus Celsius ou mais até 2100. Esse aumento iria custar à economia mundial cerca de 4% do Produto Interno Bruto, o que pode levar os EUA à perda de receitas de cerca de 340 bilhões a 690 bilhões de dólares a cada ano, disse Obama.

“Embora a nossa compreensão dos impactos das mudanças climáticas seja cada vez mais incrivelmente clara, ainda há um debate sobre o curso adequado para a política dos EUA – um debate que está muito em evidência durante a atual transição presidencial”, disse Obama, referindo-se a atitude de Trump, que ameaça abster-se do Acordo de Paris no combate às alterações climáticas.

Obama frisou, no entanto, que as tendências para uma economia de energia limpa que surgiram durante a sua presidência vão continuar e que “a oportunidade econômica para o nosso país  aproveitar essa tendência só vai crescer.” Ele observou que entre 2008 e 2015 a economia dos EUA cresceu mais de 10%, enquanto as emissões de dióxido de carbono do setor energético caíram 9,5%, resultado que “deveria rebater o argumento de que o combate às mudanças climáticas requer a aceitação de um menor crescimento ou um padrão de vida mais baixo.”

Ele também apontou para o aumento dos investimentos do setor privado em energia limpa, uma queda dramática nos custos de eletricidade renovável e uma corrida global de energia limpa, que até pouco tempo não existia.

“Apesar da incerteza política que enfrentamos, continuo convencido de que nenhum país é mais adequado para enfrentar o desafio do clima e colher os benefícios econômicos de um futuro com baixa emissão de carbono do que os Estados Unidos. A participação contínua dos EUA no Acordo de Paris trará um grande benefício para o povo americano, bem como para a comunidade internacional,” disse Obama. (Abr) 

 

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