Fim da Era Bernardinho
Técnico deixa comando da seleção brasileira de vôlei masculino e Renan Dal Zotto assume cargo
Felipe Bonfim
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) confirmou ontem que o técnico Bernardinho não comanda mais a equipe masculina nas quadras. Desde a conquista do ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado, o treinador havia deixado o futuro em aberto. O comandante segue à frente agora apenas do Rio de Janeiro, equipe feminina que disputa a Superliga nacional.
Quem assume a seleção brasileira é Renan Dal Zotto, ponteiro da geração que conquistou medalha de prata nos Jogos de 1984, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Em 2016, ele trabalhou como diretor de seleções da CBV.
“Infelizmente as certezas que a gente estava aguardando só passaram a acontecer de ontem à noite para hoje. Zé Roberto e Bernardinho foram convidados a continuar antes mesmo no início dos Jogos do Rio. Zé confirmou que gostaria de continuar. Bernardinho pediu um tempo maior. Ele tinha uma enorme dificuldade de definir sua situação até que entre Natal e Ano Novo começou a decidir. Até que ele anunciou que não continuaria”, explicou Radamés Lattari, diretor de deleções da entidade.
Antes de chegar à equipe masculina do Brasil, Bernardinho já tinha história com a seleção. Como atleta, ele, assim como Dal Zotto, foi prata em Los Angeles. Mais tarde, já como técnico, levou o time feminino a dois bronzes, em Atlanta 1996 e Sydney 2000.
Em 2001, ele assumiu então o masculino. Foram 16 anos de muitas conquistas no cargo. Logo na primeira temporada, foi campeão da Liga Mundial sobre a Itália. O treinador conquistaria a competição em outras sete oportunidades (2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009 e 2010).
Foram quatro edições olímpicas com a equipe e quatro decisões disputadas. Em Atenas 2004, conquistou o ouro. Depois em Pequim 2008 e Londres 2012, acabou derrotado na final pelos Estados Unidos e ficou com a prata. No ano passado, na Rio 2016, voltou a subir ao lugar mais alto do pódio.
Desafio
Substituir Bernardinho na seleção não será fácil. Renan Dal Zotto, contudo, garante que está feliz com a tarefa que terá pela frente. O novo treinador explica que a transição deve acontecer de forma tranquila, visto que tem forma de trabalhar semelhante à do antigo comandante brasileiro.
“É um desafio enorme dar continuidade a esse trabalho. Temos uma filosofia parecida, mas os métodos podem mudar. Discutimos muito sobre vôlei e cada um pensa de uma maneira. Não existe só um caminho para se chegar aos resultados. Vou ter o meu modo de conduzir, mas a filosofia está muito alinhada à da comissão anterior”, afirmou.