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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Venezuela

Com inflação galopante, Venezuela tem filas para comprar pão

Em algumas padarias de Caracas, para evitar o caos, foram distribuídas senhas para os cidadãos adquirirem dois tipos de pães, ao preço fixo de 26 centavos de dólar

Postado em 17 de janeiro de 2017 por Toni Nascimento
Com inflação galopante
Em algumas padarias de Caracas

Grandes filas para comprar o pão de cada dia marcam a rotina do povo da Venezuela em meio à galopante inflação que assola o país, corroendo o poder de compra do bolívar, a moeda nacional. As informações são da Agência  ANSA.

Em algumas padarias de Caracas, para evitar o caos, foram distribuídas senhas para os cidadãos adquirirem dois tipos de pães, ao preço fixo de 26 centavos de dólar. Para a professora Catalina Díaz, de 45 anos, é preciso passar por uma “humilhação a mais” para levar o pão diário para a mesa.

“Estou cansada de fazer fila para encher meu estômago e dos meus filhos, porque não consigo farinha, pão ou massa. As importadas, eu não posso comprar”, disse à ANSA. As amplas filas nas padarias acontecem três vezes por dia, e na maioria dos casos só acabam quando termina o pão. 

 “A necessidade nos força a estar aqui por duas, três, quatro horas, até que saia o pão, é a única coisa que ainda dá para comprar e comer”, contou o carpinteiro Emilio Belisario, de 58 anos. Nos últimos meses, o produto se somou à ampla lista de alimentos e artigos difíceis de encontrar na Venezuela, devido à escassez de mercadorias.

Uma situação que o governo do presidente Nicolás Maduro atribui a um suposto “plano político para prejudicar a revolução bolivariana”. No entanto, o chefe da Federação Venezuelana de Industriais da Panificação, Tomás López, culpa a falta de importação de trigo para produzir farinha.

“Enquanto tivermos matéria-prima, vamos seguir produzindo, porque os primeiros a não querer filas são os padeiros. Queremos que as pessoas tenham acesso ao pão”, garantiu.

O diretor do Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores, Oscar Meza, disse que a situação é tão grave que acentuou a escassez em quase todos os alimentos. “O panorama neste momento é muito mais grave. Vamos enfrentar uma contração da economia equivalente à de um país em guerra”, acrescentou, referindo-se às previsões de uma queda de 20% no Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela em 2016.

Na última segunda-feira (16), começaram a circular no país as novas cédulas de 500, 5 mil e 20 mil bolívares, criadas para ajustar o sistema monetário à inflação, que pode ter chegado a 480% em 2016 – dados consolidados ainda não foram divulgados.

Também serão disponibilizadas notas de 1 mil, 2 mil e 10 mil bolívares, além de moedas de 10, 50 e 100, estas já em circulação desde dezembro. Até o fim do ano passado, a cédula mais alta era a de 100 bolívares.

(Agência Brasil)

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