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domingo, 19 de janeiro de 2025
CAMPANHA

Janeiro branco pelo direito de viver melhor

Janeiro foi escolhido por psicólogos como mês da campanha em prol da conscientização para saúde mental­

Postado em 17 de janeiro de 2017 por Sheyla Sousa
Janeiro branco pelo direito de viver melhor
Janeiro foi escolhido por psicólogos como mês da campanha em prol da conscientização para saúde mental­

Elisama Ximenes

Quando se fala em saúde, o que vem à cabeça são os aspectos físicos, talvez, uma preocupação com os hábitos alimentares ou até com a prática de exercícios físicos. Por último, lembramos-nos da mente, a não ser que estejamos passando por algum problema que evidencie a necessidade de uma preocupação com o nosso interior. Fora isso, existe um estigma que faz com que as pessoas pensem que quem precisa de ajuda psicológica ou psiquiátrica são loucos –  quando, na verdade, essa palavra ‘louco’ já saiu do vocabulário da saúde mental há tempos. Para desmontar esse preconceito, foi criada a campanha Janeiro Branco. Neste mês, o debate é fomentado e são intensificadas as campanhas em prol da conscientização da população sobre esse tema.

A jornalista Humberta Carvalho aproveitou o ensejo para levantar o debate em sua página no Facebook. Em vídeo, a jornalista conta sobre quando foi acometida pela síndrome do pânico e como é importante abordar este tema neste mês. A psicóloga Andreia Mendonça, coordenadora do curso de psicologia da Faculdade Estácio, conta que o movimento é nacional, e escolheu o primeiro mês do ano por ser um marco no tempo, em que as pessoas costumam parar para refletir sobre a vida e seu estado emocional. Assim como o mês inicia o ano, a campanha tem o intuito de dar a chance de recomeço às pessoas. “É nesse período que as pessoas estão mais afetas por suas emoções”, afirma a psicóloga. Humberta conta, no vídeo, que superou o problema, e encara a vida com mais leveza. 

Para Andreia, o principal meio de combate ao estigma da saúde mental é o conhecimento. “Quem tem essa ideia – de que quem precisa de ajuda profissional é louco – tem um pensamento retrógrado e arcaico motivado pela ignorância”, declara. Segundo ela, é preciso combater isso para que os especialistas na área passem a trabalhar na prevenção de problemas, por exemplo, o de Humberta. “Basta fazer um paralelo com a saúde física: como para tudo existe a prevenção e o tratamento, para os problemas da consciência também existem meios de prevenir”, reforça. A psicóloga lembra também que, quanto mais se demora para procurar ajuda, mais grave fica a situação. 

O problema é que, por medo de ser taxada como louca, a pessoa que está com alguma ansiedade, depressão ou outra síndrome, acaba evitando a ajuda profissional e, com isso, a situação piora. Com isso, quanto mais procrastina, mais pode sofrer. Humberta, inclusive, pede no vídeo que as pessoas encarem esses problemas com mais naturalidade, e não com preconceito, que foi o que ela fez depois de ter tido a síndrome. A dica que a psicóloga dá é para que a pessoa se conheça e se dê o direito de reconhecer onde precisa de ajuda. Andreia, com uma equipe da Faculdade Estácio de Sá, está realizando um trabalho durante todo o mês com uma programação voltada para a camapanha Janeiro Branco. No último sábado (14), eles promoveram o Abraço Gratuito, no Parque Vaca Brava, e têm programados, para os próximos dias, teatros com o grupo Psicólogos da Alegria. Neste 21 de janeiro, o grupo promove um ciclo de palestras na faculdade. Na ocasião, a equipe fará uma triagem da população para atendimento psicológico gratuito promovido pelo curso de Psicologia.

A psicóloga reforça que, além de reconhecer-se, é importante “entender que somos seres relacionáveis e que precisamos de ajuda, contar com o outro, e, então buscar pela felicidade, que não é plena, mas é feita de momentos”. O site oficial de Janeiro Branco, que existe desde 2014, tomou como base de sua ideologia a poesia Receita de Ano Novo, de Carlos Drummond de Andrade, que, entre rimas e metáforas, lembra que “não precisa chorar de arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar, que por decreto da esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações”. Para manter a saúde mental,  bem, é importante ter esperanças, buscar a paz interior e ser racional, sem idealizações que aumentem a ansiedade.

Foto: (Reprodução)

 

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