Felipe Bonfim 

A permanência ou não do técnico Marcelo Cabo no Atlético será definida hoje em reunião do treinador com a diretoria. O diretor de futebol e vice-presidente executivo, Adson Batista, trata o assunto com muita cautela e aguarda explicações do comandante rubro-negro para tomar uma decisão quanto ao futuro do clube. A tendência é que ele seja destituído do cargo.

A espera por uma decisão, de acordo com Adson, é para que o clube possa se reorganizar, avaliar diversos posicionamentos dentro da própria diretoria e dar tempo para que o comandante atleticano se recupere.

“Esta situação merece calma. Vamos ouvir todos e resolver tudo de cabeça fria, porque acima de tudo está o Atlético, uma instituição que tem uma imagem que não pode estar desgastada. É uma situação que pode acontecer com qualquer ser humano, então temos que tratar tudo com muito equilíbrio. O Marcelo tem um caráter respeitado por todos nós e um trabalho pelo Atlético. Vamos conversar com ele e analisar”, disse em entrevista à Rádio 730.

A decisão de adiar o encontro com Marcelo Cabo parece ter partido do próprio vice-presidente. Ele avaliou que o técnico do Dragão não tinha condições de conversar e resolver dar maior tempo de recuperação ao treinador.

O tempo extra tem sido aproveitado por Adson Batista justamente para conversar com as influências do clube. O presidente Maurício Sampaio, o presidente do Conselho Deliberativo, Jovair Arantes, entre outros, foram ouvidos pelo diretor para que a decisão relacionada ao comandante seja tomada em comum acordo.

O caso

Marcelo Cabo ficou desaparecido por quase 40 horas, entre a madrugada de domingo, quando deixou seu apartamento no próprio veículo, e a noite de segunda-feira. Ele chegou a ser visto na tarde de segunda quando chegou em casa de táxi, mas ficou no residência por poucos minutos e voltou a sumir por algumas horas até ser encontrado pela Polícia Militar de Goiás em um motel na região metropolitana de Goiânia.

Durante entrevista coletiva na manhã de ontem, o tenente-coronel Ricardo Rocha esclareceu alguns dos detalhes do desaparecimento do treinador. “A polícia foi informada sobre o desaparecimento por volta de 11 horas, e o caso foi registrado no início da tarde. Após diligências, localizamos o taxista que havia levado ele em casa no meio da tarde. Era um táxi de Aparecida de Goiânia. Com informações dele, chegamos ao local em que estava o treinador, um motel na região da BR-153, em Aparecida. Não vamos comentar questões de foro íntimo. Isso ficará a cargo do clube e da assessoria do técnico”, explicou.

Assessor de imprensa da Política Militar e também tenente-coronel, Ricardo Mendes ressaltou que Marcelo não foi vítima de qualquer tipo de crime, como se pensou nas primeiras horas do desaparecimento. “Não teve cometimento de crime nenhum. Ele não foi vítima de nenhum crime”, pontou.