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domingo, 1 de setembro de 2024
Mundo

Presidente da Colômbia declara guerra à corrupção

Em meio às denúncias de pagamento de propinas, Juan Manuel Santos
defende combate contra crimes

Postado em 18 de janeiro de 2017 por Sheyla Sousa
Presidente da Colômbia  declara guerra à corrupção
Em meio às denúncias de pagamento de propinas

Opresidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou uma “guerra frontal contra a corrupção”, em meio às denúncias de pagamento de propinas da Odebrecht a funcionários públicos colombianos. “Façamos deste 2017 um ano de guerra frontal contra a corrupção”, disse o chefe de Estado, ao indicar Fernando Carrillo como novo procurador-geral da Nação. A informação é da Agência France Presse (AFP).

Um ex-vice-ministro de Alvaro Uribe, presidente entre 2002 e 2010, e um ex-senador foram detidos nos últimos dias acusados de receber propinas da Odebrecht, apontada pelos Estados Unidos e pela Procuradoria da Colômbia por pagar subornos milionários em troca de obras públicas no país entre 2009 e 2014.

Santos, presidente desde agosto de 2010 e reeleito em 2014 para um segundo mandato de quatro anos, pediu aos organismos de controle que resolvam “esses casos o mais rápido possível”.

“Até agora, nenhum funcionário do meu governo foi apontado por ter recebido suborno da Odebrecht, mas se chegasse a fazer isso, que caíssem todos, todo o peso da lei”, enfatizou, aproveitando para anunciar que proporá uma lei em que os corruptos não tenham o benefício de prisão domiciliar.

“O câncer da corrupção está em metástase – como estamos sentindo nesses dias – e nos exige ainda mais vontade, mais contundência e melhor trabalho em equipe”, destacou Santos, afirmando que nenhum de seus familiares fez “um só negócio com o governo” ou “esteve envolvido em algum tipo de tráfico de influência”.

Santos disse também que determinou à Agência Nacional de Infraestrutura que entregue ao Ministério Público toda a informação vinculada aos contratos questionados.

Aaaa

A Câmara Colombiana de Infraestrutura anunciou, nessa segunda-feira, a expulsão do grupo brasileiro devido ao escândalo de corrupção.

A câmara exortou o governo e os órgãos de controle a “liderar com decisão e energia uma cruzada nacional para combater e erradicar o fenômeno corrosivo da corrupção” nos contratos públicos.

A Odebrecht mantinha três contratos com o Estado colombiano: um trecho da Estrada do Sol (entre o centro do país e o Caribe), obtido durante o mandato do presidente Alvaro Uribe, a estrada Puerto Boyacá – Chiquinquirá e um trabalho para dar navegabilidade ao rio Magdalena, ambos sob o mandato de Santos.

No domingo (15), o ex-vice-ministro dos Transportes Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo Uribe, admitiu as acusações do Ministério Público que o vinculam com as irregularidades na concessão dos contratos do Trecho 2 da Estrada do Sol.

De acordo com o Ministério Público (MP), Morales recebeu US$ 6,5 milhões para excluir concorrentes, para que o antigo Instituto Nacional de Concessões (Inco), sob sua responsabilidade na época, desse a obra à Odebrecht.

No sábado (14), as autoridades prenderam o ex-senador Otto Nicolás Bula, do governista Partido Liberal, por suspeita de “violação do regime de trocas internacionais”.

O MP afirma que “a sucursal da Odebrecht na Colômbia contratou, em 5 de agosto de 2013, Otto Nicolás Bula, mediante a modalidade de ‘honorários por resultado, ou cota de êxito’ com o objetivo de obter o contrato” para um trecho da Estrada do Sol.

Segundo o Ministério Público, no total a Odebrecht pagou US$ 11,1 milhões em subornos na Colômbia por contratos públicos. (Agência Brasil) 

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