Preços ao produtor e ao consumidor pressionam inflação do aluguel, diz FGV
Índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,16%, acima do resultado de dezembro, de 0,07%
A inflação que serve de parâmetro para o reajuste dos preços
dos alugueis, medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), subiu 0,35
ponto percentual na 2ª prévia de janeiro, fechando o período entre os dias 21
de dezembro e 10 de janeiro em 0,76%. Em igual período do mês anterior, a 2ª
prévia de dezembro, a alta foi 0,41%.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (19), pelo Instituto
Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Segundo o
Instituto, a alta verificada entre a 2ª prévia de dezembro e a 2ª de janeiro
foi fortemente influenciada pelas variações dos preços no atacado e no varejo,
uma vez que os preços da construção civil fecharam em queda entre os dois
períodos.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) apresentou
variação de 0,91%, no segundo decêndio de janeiro, resultado que chega a
0,38 ponto percentual superior aos 0,53% da 2ª prévia de dezembro. Segundo a
FGV, a maior pressão foi exercida pela variação dos bens finais, que passou de
uma inflação negativa de 0,28% para uma alta de 0,56%. A maior contribuição
para este movimento teve origem no subgrupo alimentos in natura, cuja
taxa passou de -5,49% para -0,94%.
A taxa de variação do grupo bens intermediários também
exerceu pressão sobre a 2ª prévia do IGP-M, ao passar de 0,17%, em dezembro,
para 0,81%, em janeiro. O destaque neste caso coube ao subgrupo combustíveis e
lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -1,97% para 4,77%.
O índice referente a matérias-primas brutas exerceu pressão
contrária, uma vez que registrou variação de 1,4%, contra uma alta de 1,86% na
prévia do mês anterior. Os itens que mais contribuíram para este movimento
foram: soja (em grão) (0,88% para -3,72%), café (em grão) (-0,41% para -5,36%)
e laranja (3,56% para -1,4%).
Também exercendo pressão de alta da 2ª prévia do IGP-M, o
Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação 0,45 ponto percentual,
ao passar de 0,12% para 0,57%, de uma prévia para outra.
Nos preços ao consumidor, seis das oito classes de despesa
componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação. A
principal contribuição partiu do grupo Alimentação (0,04% para 0,69%). Nesta
classe de despesa, cabe mencionar o item hortaliças e legumes, cuja taxa passou
de -5,08% para 1,02%.
Também apresentaram acréscimo em suas taxas de variação os
grupos: habitação (-0,57% para 0,09%), transportes (0,32% para 0,92%),
educação, leitura e recreação (1,26% para 1,62%), comunicação (0,02% para
0,33%), saúde e cuidados pessoais (0,54% para 0,56%). Nestas classes de
despesa, destacam-se os itens: tarifa de eletricidade residencial (-4,82% para
-1,52%) e gasolina (-0,7% para 2,72%).
A exceção para a alta da 2ª prévia do IGP-M de janeiro foi o
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que apresentou, no 2º decêndio
de janeiro, variação de 0,24%. No mês anterior, a taxa foi de 0,32%.
O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços
registrou variação de 0,16%, acima do resultado de dezembro, de 0,07%, mas o
índice que representa o custo da mão de obra registrou taxa de variação de
0,31%, contra os 0,54% do período anterior.
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