Renato
Estevão

Nesta quinta-feira (26), curiosamente é comemorado o dia da gula, um dos sete pecados capitais. A data
comemorativa é com certeza a última do mundo que os nutricionistas e personal
trainers fariam questão de nos lembrar. Mas na televisão é impossível esquecê-la.
Característica de alguns personagens, ela se torna ainda mais real com a
ingestão de alimentos, por parte dos atores, diante dos nossos olhos.

Vários personagens se destacaram
pela gula. Além de carregarem fritas e guloseimas nas mãos ou na mochila,
eles não deixam de trazer a diversão para os telespectadores, seja nos
momentos em que nos surpreendem pelo lambuzar da boca ou os ataques à geladeira
durante a madrugada.

A Carola, da novela ‘O Profeta’,
a improvável Dona Redonda de ‘Saramandaia’ e até mesmo o Nhonho no seriado
mexicano ‘Chaves’, fizeram muito sucesso no Brasil e no mundo pelos objetivos
leves e despretensiosos de arrancar gargalhadas do público. Mas não pense que
todos eles são iguais apenas pelo físico desajeitado e na insistência de saciar
a fome. Assim como alerta esta data, a gula ocasiona neles, uma série de problemas, embora tratados com bom humor.

Na televisão, alguns personagens trouxeram histórias que
não escapam da realidade, como a dificuldade
de emagrecer, a dificuldade de serem aceitos, tanto por grupos
de amigos, quanto por parceiros amorosos.

Relembre 

Uma das primeiras personagens ‘gulosas’
da TV que alcançou sucesso foi a Dona Redonda, interpretada pela saudosa atriz
Wilza Carla, na Rede Globo. Na novela ‘Saramandaia’, em 1976, o autor Dias
Gomes trazia uma surpresa para os telespectadores. Dias criticou de forma
simbólica a alimentação desenfreada da personagem. De tanto comer, ela explodiu
no final da novela. Em 2013, a emissora produziu o remake da novela trazendo a
atriz Vera Holtz para interpretar a personagem.

Ainda na Rede Globo, uma série
infantil que fez muito sucesso e trouxe outro personagem faminto foi o ‘Sítio do
Picapau Amarelo’, o porco Rabicó, interpretado pelo ator Chaguinha. A primeira versão do programa ficou no ar entre 1977 e 1986. Depois, as adaptações das obras de Monteiro Lobato retornaram à telinha entre 2001 a 2007.

Outro sucesso infantil que acabou
ganhando toda a família foi o seriado mexicano ‘Chaves’. O sucesso une gerações até hoje. No programa, a gula foi abordada com o personagem Nhonho, interpretado pelo ator Édgar Vivar.

Outro sucesso infantil do México em
solo brasileiro, que também trouxe a questão da obsessão por comida foi a novela ‘Carrossel’, em 1989. Em 2012, o SBT produziu seu remake trazendo os dois personagens
que eram criticados pelo pecado capital. Jaime, interpretado pelo ator Nicholas
Torres, e Laura, interpretada pela atriz Aysha Benelli.

Em 2006, a novela ‘O Profeta’, que se ambientava nos 1950, trouxe também uma personagem que não deixava passar despercebida uma boa
alimentação, a Carola, interpretada por Fernanda Souza.
A atriz engordou oito quilos e fez uma dieta calórica baseada em carboidratos
para dar vida a personagem. Carola sofria o drama sobre preconceito por ter o peso acima de
outras jovens da época.

Em 2007, a gula ganhava protagonismo
na novela ‘Sete Pecados’, agora representada por toda uma família, em vez de um único personagem, porém o
núcleo não foi muito bem aceito pelo público, e acabou perdendo espaço na trama. A música ‘Gula’, por Eduardo Dussek, era a trilha sonora dos momentos de comilança.

Em 2012, Ágata, filha de Tufão e Carminha, em ‘Avenida Brasil’, não resistia a excessiva alimentação. Muitas vezes durante a história, Carminha tentava impedir a menina de comer em excesso.

Outro programa que trouxe a
discussão da gula também de forma divertida, foi ‘Zorra Total’, da
Rede Globo. Fabiana Karla passou a ganhar destaque no humorístico, apesar de
ter feito outros trabalhos na emissora. Sua personagem, a doutora Lorka, era uma
nutricionista que autorizava seus pacientes a comerem desordenadamente
alimentos calóricos. O sucesso da personagem permitiu que a atriz ganhasse mais espaço na emissora.

Outros personagens de Fabiana Carla na televisão foram além da comédia da gula, como a personagem Olga Bastos, no remake de ‘Gabriela’, de Walcyr Carrasco, em 2012 e em ‘Amor à Vida’, em 2013, onde a atriz vivia a atrapalhada enfermeira Perséfone. Sem dispensar o humor, Perséfone tinha dificuldades em arrumar um namorado e lutava a qualquer custo para perder a virgindade. 

Foto: Reprodução