Força tarefa de agentes penitenciários faz primeira operação em Alcaçuz
A operação marca início dos trabalhos de força tarefa federal dos agentes penitenciários no estado
Integrantes da força tarefa de agentes penitenciários e
policiais militares do Grupo de Operações Especiais (GOE) realizam desde o
início da manhã de nesta sexta-feira (27) uma operação na Penitenciária
Estadual de Alcaçuz. Denominada de Phoenix, a operação tem o intuito de retomar
o controle dos pavilhões 4 e 5 do presídio que estão ocupados por presos
integrantes de uma facção criminosa. Ainda não há informações sobre o andamento
dos trabalhos.
A operação marca o início dos trabalhos da força tarefa
federal de agentes penitenciários no estado. A força foi criada pelo Ministério
da Justiça em meio à série de rebeliões e mortes ocorridas em prisões
brasileiras. Nesta quarta-feira (25), um grupo de 78 agentes
penitenciários chegou ao Rio Grande para auxiliar nos trabalhos de
retomada e controle da penitenciária. Os agentes vêm do Rio de Janeiro, do
Ceará, de São Paulo e do Distrito Federal e devem permanecer no estado por 30
dias.
Alcaçuz foi palco no dia 14 de janeiro de uma rebelião que
resultou em 26 mortes. O motim envolveu membros de facções rivais e, por conta
disso, a penitenciária está dividida em duas. Nos pavilhões 1, 2 e 3 estão os
integrantes do Sindicato do RN. Já os pavilhões 4 e 5 abrigam integrantes do
Primeiro Comando da Capital (PCC).
Os detentos das duas facções presentes em Alcaçuz andam
livremente dentro do presídio. Eles estão separados apenas por uma barreira
formada por contêineres, enquanto não é construído um muro para separar os
grupos. De acordo com a Sejuc, ainda não há indicativo para o início da
construção do muro, mas a previsão é que a obra, formada de blocos modulares,
fique pronta 15 dias depois de iniciada.
Também na manhã desta sexta-feira, policiais militares e
militares do Exército, Aeronáutica e Marinha fazem ações de patrulhamento nas
ruas de Natal com o objetivo de coibir novas ondas de ataques a ônibus ou
instituições públicas.
Em uma dessas ações, os policiais encontraram 30 kg de
cocaína, maconha e seis armas de calibre restrito a forças de segurança. De
acordo com a PM, foram realizadas quatro prisões, em um bairro da periferia de
Natal. A polícia diz que ainda é cedo para avaliar se as pessoas detidas têm
algum tipo de ligação com as facções que dominam o presídio de Alcaçuz.
Em razão dos ataques a ônibus, o governador do estado,
Robinson Faria, disse que vai solicitar ao governo federal a prorrogação dos
trabalhos das Forças Armadas no estado, que têm a atuação prevista para ser
encerrada no dia 30. A intenção é que a permanência das tropas seja prorrogada
por mais dez dias.
Foto: Reprodução (Agência Brasil)