Historicamente, momentos de dificuldade econômica servem de berço para bons empreendimentos. Em meio à crise, se destacam os empresários que sabem aliar oportunidade e serviço de qualidade, oferecendo ao consumidor aquilo que ele procura. Em Goiânia, tanto empreendedores que estão investindo em novos negócios como àqueles que já firmaram sua marca apontam atributos primordiais para sobreviver às intempéries de um mercado instável.

Paulo Victor Sbroggio e Paulo Henrique Barbosa, ambos engenheiros, iniciaram sua empreitada com um negócio em sua área de formação, mas ansiavam por montar uma empresa em um ramo diferente. “Sempre gostamos de avaliar negócios que deram certo, analisando se gostaríamos das empreitadas dos casos que achávamos”, lembra Paulo Victor. Os dois se uniram, então, em sociedade com Paulo Siqueira, e abriram a espeteria Steak In, enxergando, mesmo em meio ao colapso econômico do ano que passou, uma ótima oportunidade no ramo da alimentação.

Segundo os sócios, o gosto por comer e pelo bom atendimento impulsionou a escolha nesta área, mas apenas após estudo detalhado de público e mercado é que eles resolveram abrir a casa. “Foi necessário muito estudo e criatividade empresarial para modelar o negócio com a nossa cara, principalmente porque achamos um nicho na capital goiana que ainda não tinha algo parecido”, conta Paulo Henrique. O Steak In, inaugurado em novembro, é baseado em um modelo de restaurante de Belo Horizonte, pensado de forma a oferecer praticidade na happy hour.

Já o advogado Sergio Capps, sócio na DLS, distribuidora de componentes industriais atuante no mercado há quatro anos, acredita que o comprometimento com a empresa é um dos pilares para sobreviver à crise. “Além do espírito empreendedor, são necessárias persistência no propósito e organização, pois não é nem um pouco fácil atravessar um período com poucos lucros e tantas obrigações como o que vivemos agora”, pontua. Assim como os Paulos, Sergio e seus sócios também tiveram que fazer um estudo para conferir a viabilidade de seu negócio.

Empresas consolidadas também tiveram de se reinventar para manter o crescimento no período de recessão. É o caso da Kasane 360, agência de comunicação integrada que reposicionou sua marca para atender com mais eficiência as exigências do mercado. “Estamos consolidando um novo conceito de comunicação que não era praticado em sua essência. A comunicação 360, que pensa a empresa como um todo, veio para ficar”, afirma Renata Viera, sócia-proprietária da agência.

Os empresários concordam que as turbulências da crise são sentidas por todos, porém, cabe aos gestores inovar e pensar saídas estratégicas para aproveitar o espaço oferecido pelo mercado e a necessidade do cliente. Desta forma, qualquer empreendimento bem aplicado, pode vir a se tornar um negócio lucrativo. “Dentro do ramo escolhido, o atendimento ao cliente, a qualidade e o padrão do produto oferecido pela empresa é o que farão o negócio crescer, mesmo com a crise”, conclui Paulo Victor.