Ford concede férias coletivas e paralisa produção por 21 dias
Segundo a Ford, a parada ocorre para ajustar o volume de produção à demanda do mercado
Seguindo a General Motors (GM), a montadora Ford também vai
conceder férias coletivas de 21 dias a cerca de 3 mil trabalhadores da fábrica
de São Bernardo do Campo. Eles ficam em casa do dia 6 a 31 de março. Segundo a
Ford, a parada ocorre para ajustar o volume de produção à demanda do mercado.
Depois da GM, a Ford é a segunda fabricante com mais
operários em lay-off (suspensão de contrato de trabalho). Ao todo,
são 710 pessoas, o que equivale a 18% de seus 4 mil funcionários. Desse total,
450 estão afastados desde outubro e 260, desde janeiro de 2016. Esta é a segunda
vez em menos de dois meses que a montadora concede férias coletivas. As últimas
paradas havia sido entre 26 de dezembro de 2016 e 6 de janeiro de 2017.
GM estende lay-off e concede férias coletivas
Na terça-feira (7), a GM estendeu por 70 dias a manutenção
de 751 metalúrgicos da fábrica de São Caetano do Sul, no ABC paulista, no
regime de lay-off. A informação foi dada pelo sindicato da categoria. Há
dois anos, esses funcionários estão parados.
Segundo o sindicato, o prazo para o fim
do lay-off seria nesta quinta-feira (9), mas foi prorrogado até 19 de
abril. Paralelamente, a montadora pretende abrir um Programa de Demissão
Voluntária (PDV).
A expectativa dos líderes dos trabalhadores é ganhar tempo
para tentar preservar os empregos ameaçados. Por meio de nota divulgada na
segunda-feira (6), o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do
Sul, Francisco Nunes, tinha manifestado a intenção de uma prorrogação por prazo
um pouco maior, por mais três meses.
A unidade da GM em São Caetano do Sul tem cerca de 9,5 mil
trabalhadores que entrarão em férias coletivas de 7 a 26 de março. Com o
feriado de carnaval, eles ficarão em torno de um mês sem trabalhar.
A unidade de São José dos Campos também vai conceder férias
coletivas para 2,2 mil trabalhadores, do total de 5 mil que atuam na fábrica.
Eles interrompem as atividades na próxima segunda-feira (13), mas o retorno
está programado para 2 de março.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
e Região, o cancelamento da exportação de 15 mil veículos pela GM para o México
levou a montadora a abrir férias coletivas na fábrica da cidade. O sindicato
informou que vai pedir uma audiência pública com os ministros da Indústria e
Comércio, Marcos Pereira, e das Relações Exteriores, José Serra, para debater o
tema.
Volkswagen dá folgas estendidas
Incluída no Plano de Proteção ao Emprego (PPE), a unidade da
Volkswagen em São José dos Campos adota folgas semanais às sextas-feiras. A
parada será condensada em um período corrido, de 22 de fevereiro a 6 de março.
Após o retorno, a carga horária será normalizada, de segunda a sexta. A
montadora não comenta a interrupção.
As paralisações acontecem após um início de ano considerado
positivo pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores
(Anfavea). Na segunda-feira (6), a entidade anunciou que a produção de veículos
em janeiro cresceu 17,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, chegando a
174,1 mil unidades fabricadas.
As vendas de veículos, no entanto, registram queda de 5,2%
em janeiro em relação ao mesmo mês do ano passado. “O número de janeiro
frustrou as nossas expectativas. Claro que tem a questão da sazonalidade [queda
da produção típica do início do ano], mas esperávamos chegar, pelo menos, no
mesmo nível de janeiro de 2016”, disse o presidente da Anfavea, Antonio Megale.
A entidade mantém a projeção do setor para 2017. “Continuamos com a previsão de
crescimento de 4% na venda de autoveículos novos; 7,2% nas exportações e de
11,9% na produção”, acrescentou Megale.
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