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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
EUA

Assessor de Trump renuncia após admitir que mentiu para vice

Michael Flynn renunciou após escândalo sobre conversa com embaixador russo nos EUA, Sergei Kisliak

Postado em 14 de fevereiro de 2017 por Renato
Assessor de Trump renuncia após admitir que mentiu para vice
Michael Flynn renunciou após escândalo sobre conversa com embaixador russo nos EUA

Com menos de um mês à frente do governo dos Estados Unidos,
o presidente Donald Trump já enfrenta a primeira crise de gabinete. Michael
Flynn, a principal autoridade na área de segurança norte-americana, renunciou,
após escândalo sobre uma conversa que teve com um embaixador russo nos Estados
Unidos, Sergei Kisliak. Trump nomeou o general Joseph Keith Kellogg Jr.
interinamente em seu lugar, enquanto inicia os contatos para encontrar um nome
definitivo para o posto.

A renúncia de Flynn ocorreu depois de notícias de que ele
enganou o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, e outros funcionários do
governo e mentiu sobre o teor de suas conversas com o embaixador da Rússia
antes mesmo de Trump tomar posse. Em carta de demissão, cujo texto foi enviado
pela Casa Branca, por e-mail, aos repórteres, Flynn disse que fez
vários telefonemas para o embaixador russo durante o período de transição do
ex-presidente Barack Obama para Donald Trump. Na carta, ele admitiu que deu
“informações incompletas” a Pence sobre essas conversas.

Flynn disse a Pence que não discutiu com autoridades russas
as sanções dos Estados Unidos contra a Rússia, aprovadas pelo então presidente
Obama nos dias que antecederam a posse de Trump. Essa garantia dada pelo
ex-conselheiro de Segurança Nacional levou Pence a defender Flynn em várias
entrevistas à televisão.

Mas, nessa segunda-feira (14), a imprensa norte-americana
noticiou que o Departamento de Justiça advertiu a Casa Branca que Flynn não
tinha sido totalmente franco sobre suas conversas com o embaixador russo. Para
o Departamento de Justiça, Flynn ficou vulnerável a possíveis chantagens de
autoridades russas por não ter contato toda a verdade para Pence.

Na carta, Flynn afirmou que fez inúmeros telefonemas a
funcionários estrangeiros durante a transição. “Infelizmente, por causa do
rápido ritmo dos eventos, eu inadvertidamente informei o vice-presidente eleito
e outros com informações incompletas sobre meus telefonemas com o embaixador
russo”, acrescentou no documento. “Sinceramente, pedi desculpas ao
presidente [Trump] e ao vice-presidente [Mike Pence], que aceitaram minhas
desculpas”.

Flynn era um admirador da candidatura de Trump e, em sua
carta de renúncia, procurou elogiar o presidente. “Em apenas três
semanas”, disse Flynn, o novo presidente “reorientou a política
externa norte-americana de maneira fundamental para restaurar a posição de
liderança americana no mundo”.

O FBI – a polícia federal norte-americana, vinha examinando
os telefonemas de Flynn, antes mesmo de ele passar por questionamentos
crescentes sobre o conteúdo de suas conversas com autoridades russas. O alerta
sobre o risco de chantagem, feito pelo Departamento de Justiça, estaria ligado
às tentativas de Flynn de esconder pistas sobre as conversas telefônicas.
Porém, para o Departamento de Justiça, os russos têm os registros do que foi
falado nos telefonemas e, dessa forma, poderiam chantagear Flynn e expor o
verdadeiro conteúdo das conversas caso o ex-conselheiro de Segurança Nacional
quisesse fazer algo que pudesse prejudicar a Rússia.

Foto: Reprodução 

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