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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Operação Carne Fresca

Carne Fraca: Ministério afasta 33 servidores suspeitos de envolvimento

A fraude foi confirmada na unidade da BRF da cidade de Mineiros (GO) e nos frigoríficos de Jaguará do Sul (SC) e Curitiba, da empresa Peccin Agroindustrial

Postado em 18 de março de 2017 por Toni Nascimento
Carne Fraca: Ministério afasta 33 servidores suspeitos de envolvimento
A fraude foi confirmada na unidade da BRF da cidade de Mineiros (GO) e nos frigoríficos de Jaguará do Sul (SC) e Curitiba

O secretário executivo do Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento, Eumar Novaki, disse hoje (17) que as fraudes no
processamento de carnes por algumas das maiores empresas do ramo
alimentício do país, como JBS, BRF e Peccin, identificadas pela Operação Carne Fraca, são um “fato isolado” e que os consumidores podem “ficar tranquilos”.

Segundo
o secretário, 33 servidores do órgão já foram afastados. De acordo com
Novaki, a “maquiagem” de produtos vencidos foi verificada em carne de
frango, mortadela, salsicha e há a suspeita de carne bovina. A fraude
foi confirmada na unidade da BRF da cidade de Mineiros (GO) e nos
frigoríficos de Jaguará do Sul (SC) e Curitiba, da empresa Peccin
Agroindustrial. Os três estabelecimentos foram fechados pelo Ministério
da Agricultura e passarão por “inspeção rigorosa”.

“São 21 SIFs
[Serviço de Inspeção Federal], de quatro grupos econômicos, de um
universo de 5 mil estabelecimentos. Isso demonstra que não é um fato
cotidiano, mas um fato isolado, que não representa, de modo algum, a
postura do Ministério da Agricultura”, afirmou Novaki. Segundo o
secretário, em até 15 dias, o ministério apresentará um diagnóstico
“preciso” sobre os produtos comercializados pelas empresas investigadas.

Mesmo
afirmando que os consumidores podem ficar tranquilos quanto à
procedência dos produtos, o secretário recomendou que a população fique
atenta a possíveis sinais de má conservação.  De acordo com Novaki, o
ministério está atuando para identificar e retirar do mercado lotes de
produtos adulterados. 

“O queremos dizer para a população é que
fique absolutamente tranquila. Nosso sistema de fiscalização é um dos
mais respeitados do mundo. Se perceberem qualquer problema, comuniquem
ao Ministério da Agricultura, que tomaremos a providências.”

O secretário afirmou ainda que o ministério já vinha, desde o ano
passado, tomando medidas para evitar falhas no processo de fiscalização e
inspeção. Ele ponderou, no entanto, que é impossível impedir desvios
individuais.

“Desde que chegamos, o ministro Blairo Maggi
determinou que uma série de procedimentos fossem reestudados e mudados,
entre eles, o de inspeção. São 33 servidores, em um universo de 11 mil
do ministério, e de 2,3 mil da área de inspeção”, comparou.

Apesar
das fraudes identificadas pela Polícia Federal e pelo Ministério
Público Federal, Novaki assegurou que o sistema de vigilância sanitária
brasileiros é “consolidado”, “robusto” e “aprovado por inspeções
internacionais”. “Nenhum sistema está livre de má índole. Se tem uma
pessoa operando com segundas e más intenções, haverá falhas. Estamos
trabalhando para evitar fraudes”, disse.

Ao pedir que a população
denuncie qualquer suspeita de produtos estragados ou com más condições
para o consumo, o secretário não descartou a possibilidade da ocorrência
de novas operações.  “Novas operações poderão vir porque tudo que
estamos detectando de irregularidade no ministério estamos tomando
providências administrativas e encaminhando  para o Ministério Público e
para a PF. Estamos tomando as medidas para que isso não se repita no
futuro.”

Exportações

Perguntado sobre o
possível impacto nas exportações, já que o Brasil é o principal
exportador de carne do mundo, o secretário executivo do Ministério da
Agricultura disse que os países compradores também fiscalizam os
produtos. Além disso, Novaki reiterou que os “fatos isolados” não podem
comprometer toda a cadeia.

“Os produtos brasileiros estão
presentes em mais de 150 países, e isso demonstra a qualidade dos
produtos produzidos no país. Cada um dos países tem seu sistema de
vigilância que atesta os produtos quando lá chegam. Portanto, se tiver
problema, isso será acionado e será resolvido, e aquilo não será
entregue.”

(Agência Brasil)

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