Superlotação provoca a morte de dois bebês por superbactéria
Hospital segue investigação de suspeita com mais quatro crianças. Área infectada foi isolada
Wilton Morais
O Hospital Materno Infantil (HMI) informou que a superbactéria Klebsiella pneumoniae Carbapenemase (KPC) causou a morte de dois recém-nascidos. A bactéria responsável pela infecção foi provocada pelo excesso de pacientes internados no HMI. Para combater a causa, a direção do hospital isolou a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin), desde a sexta-feira (17), onde os bebês estavam. Segundo a diretora técnica Sara Gardênia as mortes foram consequência da superlotação enfrentada pelo hospital. A unidade tem capacidade para 22 recém-nascidos, porém após o carnaval, chegou a receber 35 bebês.
Os dois casos de mortes registrados na última semana foram confirmados por meio de hemocultura. Além disso, o hospital investiga a situação de outros quatro bebês. Desses, duas crianças estavam internadas na Ucin e duas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da unidade, todos com suspeitas de infecção. As crianças em observação estão em isolamento de contato e utilizando incubadoras.
Como medida para coibir novos casos de infecção, o hospital também designou uma equipe especifica para cuidar dos bebês e reduziu o número de visitas. A previsão é que a Ucin permaneça isolada até amanhã, comprometendo o atendimento a demais crianças. A situação dos bebês é estável.
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e a Vigilância Sanitária acompanham os trabalhos de investigação. De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde do Estado de Goiás, Maria Cecília Martins Brito, todos os procedimentos necessários já foram adotados pela vigilância, logo após informado sobre as infecções.
KPC
A superbactéria KPC é transmitida em ambiente hospitalar e pode causar pneumonia e infecções sanguíneas, urinárias e generalizada. Além de febre, os sintomas dor no corpo e dor na bexiga. A bactéria também é comum em unidades fechadas com uso frequente de antibióticos.
Em maio de 2015, um homem de 90 anos morreu com a suspeita de contaminação com a mesma superbactéria. À época parte do Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) do bairro Chácara do Governador ficou interditado por seis horas até a desinfecção do local. O homem morreu na sala de reanimação. No momento da interdição, pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade receberam máscaras de proteção e precisaram deixar o Cais.