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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Operação Carne Fraca

Ministério da Agricultura recolhe amostra de produtos de frigorífico interditado

“Estamos verificando os produtos de três marcas cuja comercialização foi restringida” afirmou o ministro Blairo Maggi

Postado em 22 de março de 2017 por Toni Nascimento
Ministério da Agricultura recolhe amostra de produtos de frigorífico interditado
“Estamos verificando os produtos de três marcas cuja comercialização foi restringida” afirmou o ministro Blairo Maggi

Fiscais
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recolheram hoje
(21), em um supermercado de Brasília, amostras de produtos de um dos três
frigoríficos interditados após a deflagração da Operação Carne Fraca. As
amostras serão analisadas em um dos laboratórios oficiais do ministério para
averiguar se os produtos atendem às exigências sanitárias.

Segundo
o ministro Blairo Maggi, que acompanhou os fiscais durante a inspeção, a
iniciativa é preventiva e rotineira. “Estamos verificando os produtos de três
marcas cuja comercialização foi restringida”. Os três frigoríficos interditados
pertencem às empresas BRF e a Peccin. Na unidade da BRF de Mineiros (GO), é
feito o abate de frangos. Já nas plantas de Peccin em Jaraguá do Sul e em
Curitiba (PR) são produzidos embutidos (mortadela e salsicha). 

De
acordo com Maggi, as amostras de produtos das três empresas obrigadas a
suspender a produção serão recolhidas em várias cidades, mas eles continuarão
sendo comercializados até a divulgação dos resultados da análise laboratorial,
o que deve demorar até cinco dias. “Estamos indo a campo em várias cidades para
dar tranquilidade à população. Nosso negócio agora é demonstrar que a situação
está alinhada com o que todo mundo espera”.

Durante
o tempo em que esteve no supermercado, Maggi conversou com consumidores e
garantiu que as suspeitas levantadas pelas PF 
são fruto de uma “comunicação errada”. “Papelão na carne; ácidos que não
podem ser usados; cabeça [de porco], garantimos que nada disso existe”, disse.

No
entanto, para a servidora pública Eilany Maria, uma das consumidoras a quem o
ministro procurou tranquilizar, as notícias são preocupantes. “A gente agora vê
um pedaço de carne e pensa se deve ou não comer. Pelo que tenho acompanhado, as
denúncias não são mentirosas, há problemas, mas as falhas talvez não sejam da
dimensão inicialmente anunciada pela Polícia Federal. A questão é que esse
alvoroço todo é porque a questão vai além do nosso consumo. A economia
brasileira pode ter um colapso por causa disso, do impacto nas exportações. O
que, de certa forma, me tranquiliza: o público externo está atento e é preciso
demonstrar para eles que aqui dentro também está tudo bem”.

Aos
jornalistas, Maggi voltou a defender a eficácia do Sistema de Inspeção Federal
(SIF), responsável por assegurar a qualidade de produtos de origem animal
comestíveis e não-comestíveis, destinados ao mercado interno e externo, bem
como de produtos importados. “Na investigação da Polícia Federal há um único
laudo de produto adulterado. Não podemos olhar para todas as marcas e
condená-las. É preciso o cuidado de verificar se os seus produtos estão em
conformidade com aquilo a que se propõe”, acrescentou Maggi.

Além
das três empresas cuja produção foi paralisada, outros 18 frigoríficos sob
suspeita continuam funcionando normalmente, embora estejam temporariamente
proibidos de exportar sua produção. O “autoembargo”, conforme classificou o
ministro, é uma forma de impedir que a desconfiança do mercado externo afete
todo o setor e atinja as exportações de proteína animal como um todo.

“Os
países que comercializam com o Brasil podem ficar tranquilos, pois não
receberão produtos [provenientes] destas empresas enquanto não concluirmos uma
investigação profunda e voltarmos a liberar as exportações. Podemos garantir
que os processos estão corretos e que, se há algum desvio, eles são pontuais e
estamos prontos para fazer as intervenções necessárias”, declarou o ministro,
assegurando que o governo brasileiro está em contato com representantes dos
principais mercados externos, sobretudo China, 
Hong Kong e países árabes.

Maggi
defendeu a continuidade das investigações, mas ponderou que é necessário
cuidado para evitar injustiças. “A operação da PF deve continuar e se houver
mais problemas, que eles venham à tona. A PF tem todo o nosso apoio. Minha
preocupação é defender o sistema, que é robusto e confiável. De um universo de
mais de 11 mil servidores públicos federais que lidam com a questão, temos
apenas 33 sob suspeita. No total, temos mais de 6,7 milhões de pessoas
envolvidas nesses processos.”

(Agência
Brasil) 

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