MP cobra solução para superlotação em maternidade
Ministério Público de Goiás encaminhou ao HMI um plano emergencial que estabeleça fluxo de atendimento e regulação
O encaminhamento ao Ministério Público de Goiás até sexta-feira (24) de um plano emergencial que estabeleça o fluxo de atendimento e regulação a ser efetivado nos próximos 60 dias para enfrentar, de forma urgente, a crise que afeta o Hospital Materno-Infantil (HMI). Essa foi uma das principais deliberações de reunião realizada na tarde desta terça-feira (21), no Ministério Público de Goiás, com a participação de gestores da Saúde estadual e municipal, do HMI e da Maternidade Dona Iris. O encontro foi intermediado pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde do MP, Eduardo Prego, e pelos promotores Heliana Godoi Abrão e Vinícius Jacarandá Maciel, que atuam em promotorias da saúde de Goiânia.
A reunião foi convocada pelo MP em razão do problema de superlotação no HMI, que acabou resultando no aparecimento da superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), a qual acabou vitimando dois bebês na unidade no último fim de semana. Nas discussões conduzidas pelos promotores na reunião, o secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, e a secretária de Saúde de Goiânia, Fátima Mrue, apresentaram algumas propostas de curto prazo que pretendem contribuir para contornar o gargalo no atendimento do Materno-Infantil.
Da parte do Estado, o secretário informou a contratação imediata de mais 10 novos leitos de UTI neonatal do Hospital Vila Nova, que poderão ser utilizados para ampliar o atendimento dentro de 60 dias. Ele comunicou ainda estar em fase final a licitação para contratação das obras de reforma do HMI, que serão feitas por etapas, de forma escalonada, para não comprometer os serviços.
Já a secretária municipal falou sobre a reativação de leitos de UTI neonatal e pediátrica do Igope, da autorização de um edital para credenciamento de médicos pediatras e das tratativas com a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc), responsável pela administração da Maternidade Dona Iris, visando priorizar o atendimento emergencial obstétrico e neonatal na unidade como forma de ampliar o atendimento nessa área na capital. O entrave para essa negociação, contudo, tem sido as dívidas da Prefeitura de Goiânia com a fundação.
A grande preocupação mostrada pelos integrantes do MP-GO no encontro foi em encontrar uma solução imediata para atender emergencialmente à necessidade de transferência de 21 pacientes do Materno-Infantil, que teve a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (Ucin) isolada em razão da contaminação pela superbactéria. Neste sentido, ficou acertado que o plano emergencial a ser apresentado até dia 24 deverá conter de forma específica e precisa o encaminhamento dos pacientes a serem removidos do HMI e a disponibilidade de vagas das regulações municipal e estadual durante o período de crise, inclusive mediante a realização de busca ativa de leitos. As soluções a serem apresentadas deverão envolver, pelo que foi discutido no encontro, a viabilização dos leitos da Maternidade Dona Iris e de outros da rede conveniada. (MP-GO)