Milhares de migrantes são resgatados pela Itália
Entre as pessoas retiradas no Mar Mediterrâneo estão crianças e homens com sinais de torturas
Muitos portos do Sul da Itália receberam ontem (17) vários dos mais de 8 mil migrantes resgatados durante o último fim de semana no Mar Mediterrâneo, muitos deles crianças desacompanhadas e homens com sinais de tortura.
Fontes da Guarda Costeira italiana disseram à Agência EFE que ontem chegaram ao Porto de Messina, na Sicília, aproximadamente, 1.200 migrantes e que, dadas as difíceis condições do mar, ainda não foi possível localizar balsas no Mediterrâneo. Onte de manhã, chegaram à Catânia, também na região da Sicília, 1.181 migrantes, a bordo do navio alemão Rhein, segundo os meios locais.
Nos últimos dias, o país também recebeu um elevado número de migrantes em outros portos, como o da Ilha de Lampedusa e da Reggio di Calabria. A chegada desses migrantes a bordo das balsas que ajudaram nos resgates ocorre depois que foram retirados, de sexta-feira (14) a domingo (16), mais de 8.300 migrantes no Mar Mediterrâneo, entre a Líbia e a Itália.
A porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Carlotta Sami, informou que, ao todo, 60 operações de salvamento com 35 embarcações estão em desenvolvimento.
Ela afirmou que o ritmo de salvamentos no fim de semana foi “frenético”, a tal ponto que muitos trabalhadores humanitários e autoridades marítimas trabalharam por 40 horas. Mesmo assim, foram registradas mortes. De acordo com Carlotta, foram recuperados sete corpos, entre eles o de uma mulher grávida, mas o número final pode aumentar.
A porta-voz do Acnur explicou que entre os resgatados há muitos meninos e homens com evidentes sinais de tortura, como queimaduras nas costas e chicotadas, após serem aprisionados na Líbia por traficantes para extorquir suas famílias.
Desse modo, a Itália continua registrando números recordes no que se refere à chegada de migrantes. Segundo dados do Ministério do Interior, de 1º de janeiro a 12 de abril, 26.989 migrantes desembarcaram na Itália, 23,8% a mais do que há um ano.
(Agência Brasil)