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segunda-feira, 25 de novembro de 2024
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Saúde

Drogarias querem fazer triagem para o SUS

Grandes redes de farmácias aguardam regulamentação
da Anvisa para aumentar aportes em salas de atendimentos

Postado em 22 de abril de 2017 por Sheyla Sousa
Drogarias querem fazer triagem para o SUS
Grandes redes de farmácias aguardam regulamentação

Rhudy Crysthian

As grandes redes de farmácias, ligadas à Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), querem se tornar a porta de entrada do sistema de saúde. O maior entrave para a consolidação, de acordo com o presidente-executivo da Abrafarma, Sergio Mena Barreto, é a falta de regulação federal, já que a insegurança jurídica acaba inibindo o investimento das empresas.

A Lei 13.021, que confirma a farmácia como um estabelecimento de saúde e permite a prestação de serviços de assistência farmacêutica, foi aprovada em 2014. Até agora, no entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não regulamentou aspectos fundamentais relacionados a forma como os serviços devem ser prestados. 

“A agência não regulamentou o tamanho da sala, estrutura necessária e, principalmente, a questão de como deve ser feita a vacinação e alguns testes. Por isso, estamos operando em estágio ‘beta’, esperando a regulação federal. Quando ela sair, teremos segurança jurídica para desenvolver o programa de forma consistente”, afirma. 

O executivo explica que, apesar da regulação ser federal, a fiscalização e autorização é feita no âmbito municipal. Como hoje ainda não há um regramento que valha para o País inteiro, cada cidade acaba fiscalizando e impondo exigências distintas. 

O novo sistema ainda é novidade em Goiânia, nenhuma farmácia oferece o serviço ainda, mas a coordenadora farmacêutica da Pague Menos, Cristiane Feijó, uma das redes que oferecem o serviço com lojas em Goiânia, também aponta para a falta de regulação federal como a principal barreira. De acordo com ela, a rede, que oferece hoje oito tipos de serviços nas 517 salas de atendimento clínico, tem interesse em ampliar a gama e passar a disponibilizar, por exemplo, a vacinação.

O papel na saúde 

A partir do momento em que as barreiras forem ultrapassadas, Barreto acredita que as drogarias terão potencial para se transformar na ‘porta de entrada’ para o sistema de saúde. “O serviço não tem o objetivo de substituir a consulta médica, mas seria como uma primeira triagem”, ressalta. 

Na visão do especialista, os serviços farmacêuticos, após consolidados, poderiam contribuir inclusive para desafogar o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele afirma que grande parte da fila do SUS se dá por conta de ‘agravos’ (doenças que pioraram porque o paciente não seguiu o tratamento). “Gera uma demanda maior para o SUS e o sistema privado sem necessidade, já que são situações que poderiam ser evitadas com o acompanhamento adequado do tratamento dentro das farmácias.” 

Mais do que ser a ‘porta de entrada’, Feijó, da Pague Menos, afirma que a empresa quer ser tornar protagonista do sistema de saúde brasileiro. “Todas as filiais novas que abrirmos virão com a clínica”, diz. No mês passado, a rede realizou mais de 110 mil atendimentos, para cerca de 9 mil clientes diferentes. Até o final deste ano, a previsão é fechar com 700 unidades oferecendo a atenção farmacêutica. 

 

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