FELIPE BONFIM

Pela 10ª vez na história, o Campeonato Goiano será decidido pelos dois clubes que mais ergueram a taça da competição. Vila Nova, com 15 títulos, e Goiás, com 26, se enfrentam neste domingo (30), às 16 horas, no Estádio Serra Dourada, no jogo de ida da grande final do torneio.

Se por um lado o alviverde leva a melhor em termos gerais do clássico com 146 vitórias a seu favor, contra 67 vitórias dos rivais – além de 78 empates –, por outro, a vantagem em finais é dos colorados. O Tigre venceu cinco dos nove encontros na decisão Estadual, enquanto os esmeraldinos foram campeões em quatro.

O primeiro encontro entre eles valendo o título foi em 1971. Na ocasião, o Goiás se deu bem com uma vitória e um empate. A equipe bateu o rival na decisão também nos anos de 1989, 1994 e 1998.

O último duelo pela taça do Goianão foi em 2005, quando o Vila Nova conquistou o seu 15º e último campeonato através da disputa por penalidades. Antes, já havia derrotado o adversário na final em 1973, 1982, 1993 e 2001.

Apesar de não se encontrarem há 12 anos em duelo válido pela taça, esmeraldinos e colorados tiveram diversos confrontos decisivos neste período pela competição. As equipes se enfrentaram nas semifinais por cinco vezes – 2006, 2007, 2011, 2012 e 2016 –, com o Goiás tendo se classificado em todas elas.

Ciente da proporção da partida neste final de semana, o volante PH, do Tigre, se mostra confiante com a capacidade de bater o alviverde. De acordo com ele, se o time entrar em campo com a alma demonstrada pela torcida – que invadiu o campo após a classificação diante da Aparecidense –, já entra em vantagem.

“É Copa do Mundo. Guardadas as devidas dimensões das coisas, mas é Copa do Mundo. Ainda mais com esses 12 anos de jejum na final. Temos que encarar e entrar com o espírito do torcedor. Se entrarmos assim, não tem como perder essa decisão”, afirmou.

O volante Patrick, do Goiás, também demonstra empolgação antes do confronto frente aos rivais. Assim como o adversário, ele também conta com a força do torcedor para aumenta a lista de conquistas esmeraldinas.

“Não há motivação maior. Disputar um clássico da grandeza de Goiás e Vila Nova, ainda mais em uma final, é o sonho de qualquer jogador. Espero que o torcedor lote o estádio, juntos somos mais fortes. Acredito que serão dois grandes jogos e, principalmente, que haja paz. Se assim for, quem ganha, em todos os sentidos, é o futebol”, afirmou. 

Ficha Técnica:

Jogo: Vila Nova x Goiás 

Local: Estádio Serra Dourada, às 16 horas, em Goiânia. Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa). Assistentes: Fabrício Vilarinho (Fifa) e Leone Carvalho 

Vila Nova: Elisson; Maguinho, Wesley Matos, Alemão e Jonathan; PH, Fagner (Marcos Serrato) e Everton; Matheus Anderson, Wallyson e Moisés

Técnico: Mazola Júnior

Goiás: Marcelo Rangel; Hélder, Everton Sena, Alex Alves e Patrick; Victor Bolt, Léo Sena e Tiago Luís; Carlos Eduardo, Aylon e Léo Gamalho

Técnico: Sílvio Criciúma 

Treinadores promovem mudanças nas formações 

O Vila Nova ainda tem atividade prevista para as 9 horas deste sábado (29), no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA) e, às 10 horas, o Goiás trabalha no Estádio Hailé Pinheiro (Serrinha), mas as equipes dos técnicos Mazola Júnior e Sílvio Criciúma estão praticamente definidas para o primeiro duelo da final do Campeonato Goiano.

O treinador colorado deve promover pelo menos uma alteração no time em relação àquela que empatou com a Aparecidense, na última segunda-feira (24) e garantiu uma vaga na decisão estadual. O volante PH, que se recuperou de lesão e participou do confronto em Aparecida por alguns minutos, retoma a condição de titular na vaga de Geovane, suspenso.

O volante Fagner, com dores no joelho, não participou dos trabalhos de quinta e sexta-feira e fica como dúvida. Marcos Serrato é uma opção para o setor. Mazola, contudo, deve fechar o treino na manhã de sábado (29) e não dará indícios de como montará o esquema.

O comandante esmeraldino, por sua vez, fará apenas uma mudança na equipe. O lateral Hélder ganha o lugar do zagueiro David Duarte, suspenso, e reaparece entre os onze. O zagueiro Everton Sena, que atuou de forma improvisada pela direita no último final de semana, volta então ao seu setor de origem e forma dupla ao lado de Alex Alves.

Sílvio Criciúma não conta com o volante Pedro Bambu e o zagueiro Fábio Sanches, ambos vetados pelo departamento médico. O goleiro Marcelo Rangel, com sinusite, não participou da atividade de quinta-feira, mas treinou normalmente na sexta e não será problema.

Rivais pedem paz entre torcidas no clássico 

Festa e paz. É isso que Vila Nova e Goiás esperam de seus torcedores no clássico deste domingo (30), no Estádio Serra Dourada. Apesar da rivalidade entre os clubes, o presidente Sérgio Rassi e o técnico Mazola Júnior esperam que as torcidas deem exemplo neste final de semana e promovam o clima agradável que merece a decisão.

“Por favor, vão ao campo para torcer, para vibrar, mas não vão para briga, para guerra. Futebol é uma paixão que não pode ser ligado a isso. Não queremos que isso seja mais difundido”, disse o treinador colorado durante entrevista coletiva realizada na sexta (28).

“Goiás e Vila Nova sempre encheram os estádios, pintaram de verde e vermelho e tenho saudades do tempo em que não tinha briga, em que havia harmonia. Mas acredito que temos uma grande chance de resgatar esse real significado do futebol, valores esquecidos”, comentou o mandatário alviverde em entrevista à Rádio 730.

Preocupada com a segurança nos arredores do Serra, a Polícia Militar organizou sistema com mais de 700 profissionais responsáveis pelo bem-estar dos torcedores.

A PM também determinou que, na primeira partida, a torcida colorada ocupará o lado norte, o dos mandantes, enquanto os esmeraldinos ficam no lado sul, dos visitantes. Os torcedores do clube que vencer o jogo aguardarão a saída dos rivais no estádio. Em caso de empate, a torcida do Tigre é quem terá que esperar os adversários deixarem as dependências do Serra Dourada.