Caio Marx

O bebê encontrado em uma mala no Setor Papillon Park, em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital já recebeu alta do Hospital Materno Infantil (HMI). A criança do sexo feminino está sob os cuidados do Conselho Tutelar, que busca informações sobre a família da recém-nascida.

Imagens feitas por moradores no momento em que a criança foi encontrada, mostram um enfermeiro que estava passando pelo local, acionando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e relatando o estado da menina. Em seguida, as imagens mostram duas motos do Samu chegando. Um dos socorristas, Gildo Franks, examina a criança no local e relata que a bebê estava fria e com pouca oxigenação no sangue, pois estava um pouco arroxeada, mas que estava aparentemente bem.  

Após ser resgatada pelo Samu, ela foi levada à Maternidade Marlene Teixeira e, após atendimentos iniciais, encaminhada ao HMI.  Segundo a enfermeira que atendeu a ocorrência, Larysse Lorenna Alves dos Santos, o bebê foi encontrado com o cordão umbilical cortado e sem roupas. A enfermeira disse acreditar que a criança tenha nascido na madrugada de domingo e que o parto tenha sido realizado dentro de uma residência.

Após o resgate a menina recebeu oxigênio e tomou glicose, pois a glicemia estava baixa. Em seguida foi levada para o Hospital. Segundo o HMI, a criança passou por exames laboratoriais e de imagem, após isso recebeu alta médica. 

Abandonos

Segundo registros da Polícia Civil, nos últimos quatro meses, quatro recém-nascidos foram abandonados em Goiânia e Região Metropolitana, ou seja, pelo menos um caso por mês. A corporação destaca uma grande preocupação com os casos de abandono de incapaz que vem ocorrendo na capital nos últimos meses

No dia 26 do mês passado, um recém-nascido foi encontrado dentro de uma caixa de papelão em um lote baldio no Parque Veiga Jardim, em Aparecida de Goiânia. O bebê foi encontrado quando um homem passava por um lote baldio e avistou a caixa, posteriormente acionou a Polícia Militar. A criança foi socorrida e chegou ao hospital ainda com a placenta da mãe. 

O menino nasceu com 3,8 quilos e com 53 centímetros. Segundo a Polícia Civil, ainda não há pistas sobre a mãe da criança. A delegada de Proteção da Criança e do Adolescente do município, Caroline Braga, que é a responsável pelo caso, não deu mais informações sobre a investigação. Atualmente, dados oficiais estimam que mais de 46 mil crianças e adolescentes estão acolhidas, distribuidas nas quase 4 mil unidades de acolhimento que se credenciaram junto ao Judiciário no Brasil. 

De acordo com a conselheira tutelar Maria Luiza Brandão Lobo, o objetivo do conselho tutelar também é encontrar a família do recém-nascido, pois muitas mães tomam essa atitude em um momento de desespero, e a mãe da criança tem todo o direito de voltar atrás e procurar o Conselho Tutelar ou o Juizado da Infância e Juventude.