Laudo aponta policial preso não é o mesmo do vídeo no atentado contra advogado
Já a PC, divulgou laudos periciais que comprovaram participação de Ovídio, ao enviar bomba ao advogado
Da redação
A defesa dos policiais federais presos por suspeita de participação no atentado a bomba que feriu gravemente o advogado Walmir Cunha, de 37 anos, em julho do ano passado, apresentou um laudo que aponta que um dos suspeitos, Ovídio Rodrigues Chaveiro, não é o homem que aparece nas imagens entregando o artefato ao motoqueiro que levou o material até o escritório do causídico, no Setor Bueno.
O laudo encomendado foi feito em Curitiba e, segundo a defesa, contradiz a perícia feita pela Polícia Científica, que apontou Ovídio como o mesmo que aparece no vídeo gravado por uma câmera instalada numa área do Jardim Guanabara, em Goiânia. As imagens foram divulgadas pela Polícia Civil, que se baseou no material para justificar a prisão do homem e seu irmão. Eles estão detidos preventivamente desde 25 de janeiro deste ano.
Os policiais federais aposentados Ovídio e Valdinho Rodrigues Chaveiro, que são irmão, foram presos em dezembro de 2016. De acordo com as investigações, o crime foi cometido por vingança, já que o advogado ganhou uma ação que causou revolta nos investigados. Ovídio, então, entregou a bomba para que um motoboy, que não tem participação no caso, levasse ao escritório da vítima.
A Polícia Civil divulgou laudos periciais que, segundo a corporação, comprovam que Ovídio foi o responsável por enviar a bomba ao advogado. O relatório foi feito com bases em imagens de câmeras de segurança que mostram um homem entregando o pacote ao motoboy. A análise levou em conta semelhanças físicas entre o homem que aparece no vídeo e Ovídio.
No entanto, a advogada de defesa do suspeito, Débora Rassi, contesta o laudo da polícia. Ela conta que foi contratado um perito de Curitiba, considerado um dos melhores do país. Ele teria analisado as imagens que estão no processo e apontado de forma categórica que Ovídio não é a pessoa que aparece nas imagens.
Explosão
O atentado dia 15 de julho do ano passado pouco depois das 17 horas, quando um motoqueiro entregou uma caixa de presente para a secretária do escritório de advocacia. O objeto era endereçado ao advogado Walmir Cunha. Ele teria ficado lisonjeado com o presente que ganhou e o abriu no próprio hall onde ficam as secretárias do escritório. “Assim que ele abriu, retirou um lacre que estava na caixa, ouviu bipes e, imaginando que era uma bomba, correu na tentativa de jogar a caixa fora, quando houve a explosão” mas acabou sendo ferido.
O advogado, que atua na área de Direito Empresarial e Agrário, teve três dedos e parte da mão esquerda decepados. Ele também teve o pé fraturado e queimaduras pelo corpo. Após o atentado, o causídico foi submetido a mais de sete cirurgias reparadoras.