A mistura de estilo, de elementos e de cores cria uma atmosfera inusitada que convida à contemplação para, mais tarde, despertar o desejo de reproduzir na própria residência o que atrai tanto o olhar. A Mostra Artefacto entrou em cartaz no começo deste mês e segue até maio de 2018. Durante um ano, ficará aberta ao público no show room da marca, no Setor Marista. O tema desta edição é Moda e Design, e cada um dos 16 profissionais participantes buscaram referências no universo fashion para se inspirar.

Mais do que ditar tendência quando se trata de design de interiores, a mostra apresenta 13 ambientes projetados para valorizar o modo de vida da maioria das famílias, independentemente do estilo de cada uma. Algumas propostas podem ser aplicadas quando se pretende dar um ar de renovação ou imprimir mais personalizada seja qual for o espaço da casa.

O revestimento das paredes pode fazer milagres mudando totalmente os ares de uma casa. Uma das alternativas é o boiseries, aquelas molduras delicadas, em forma quadrada ou retangular, criadas na França por volta do século 18, e que, vez ou outra, vai e volta na decoração. Com estética variada e mais atual, o boiseries, apesar de clássico, combina com outros estilos como o vintage e o moderno. O elemento aparece no projeto Living e Jantar para Carol Bassi, assinado pelos arquitetos  Ana Paula Castro e Sanderson Porto.

Os arquitetos também optaram pelo pórtico, estrutura vertical e horizontal, mais usada nas áreas externas e, hoje, levada para dentro do ambiente. No living, os pórticos em estrutura de aço corten destacam o sofá, como se fosse moldura, e valorizando ainda mais a concepção, destacando obras assinadas por Oscar Niemeyer, Juan Miró, Picasso e Tarsila do Amaral.

Ainda sobre revestimento nas paredes, Dalson Pereira, arquiteto adepto de uma estética clara e limpa, onde menos é mais, trouxe uma mistura de materiais nas paredes. A proposta são os tijolinhos à vista e o revestimento cimentício, que reproduz um painel de folhas estilo ‘costela de Adão’. A textura vem em quatro diferentes cores e ainda aceita pintura. Serve tanto para ambientes externos quanto internos. Proporcionou um layout despojado, leve e acolhedor, em composição com a parede contrária, pintada de verde, e, os móveis, em acabamento natural.

O papel de parede floral de seda deixou a Sala de Jantar para Raphael Sahyoun, projeto de Kerley de Melo, totalmente alegre. O adereço, além de deixar o cômodo mais alegre, valorizou o aparador de espelhos, e a mesa de jantar com tampo em madeira e cadeiras com acento em tecido branco. A estampa escolhida combina simplicidade em meio à elegância do contemporâneo com um toque de ousadia e exalta a combinação flores e cores.

Biombos

Engana-se quem pensa que biombos são apenas para dividir ambientes. A alternativa aparece, agora, na decoração como complemento que torna mais bonita, por exemplo, a cabeceira da cama ou deixa o bar mais charmoso.  A proposta do Loft para Eleonora Hsiung, feita pela arquiteta Elisa Veloso, esbanja versatilidade com o biombo fixo, em formas geométricas e tom acobreado, outra tendência perene, num ambiente minimalista. O acessório trouxe mais descontração para a bancada usada para as refeições. Segundo a profissional, é importante considerar o tamanho do ambiente antes de escolher a estrutura.

Conforto e elegância são a tônica do projeto assinado por Giselly Graciano para o Quarto para Claudia Jatahy. Ali, o biombo Sinclair, composto por uma estrutura de metal e espelhos, também é protagonista do ambiente que mistura elementos naturais e proporções perfeitas entre conforto e elegância. Sem dúvida, o biombo colocado rente à parede por detrás do sofá e em frente à cama mudou toda a atmosfera do quarto. “Um dos pontos fortes deste modelo de biombo é a flexibilidade, porque é todo articulado”, acrescenta a arquiteta e urbanista.

Pela versatilidade, os biombos podem ser usados ainda nas salas de estar ou jantar, no hall de entrada e na cozinha, e podem ser mudados de lugar ou de ambiente, tornando a decoração diferente sempre que der vontade. A arquiteta sugere a altura de dois metros de comprimento a critério do gosto e da necessidade pessoal.  

Peça única

A elegância do mobiliário também leva à constatação de que apenas um móvel pode fazer toda a diferença na hora de atualizar a casa. O charme da poltrona Alvar em veludo ameixa se sobressai em meio aos tons neutros do ambiente. Bonita, confortável, é um convite à boa leitura num espaço como o Home para Riccy Souza Aranha, de autoria do casal Pedro Ernesto Gualberto, arquiteto, e Leandra Castro, designer.

A poltrona Swirl é a peça ideal para os mais exuberantes. As linhas modernas e curvas que remetem ao redemoinho, a tradução da palavra, o acabamento e a tonalidade natural traz não apenas ousadia, mas personalidade. Na proposta da Artefacto, a poltrona aparece na Varanda para Jack Vartanian, projeto da designer de interiores e artista plástica Valéria Oliveira. No projeto, a poltrona se adequou à sobriedade dos tons cinza, branco, bege e bronze ao mesmo tempo em que acrescentou à mistura do clássico, industrial, rústico e moderno em diferentes elementos.

Os sofás merecem atenção por ser uma das peças mais necessárias da casa. Os modelos em linha reta ou em módulos aparecem em quase todos os projetos de decoração. Mobiliário atual e muito solicitado pelos designers, porque, certamente, facilita o design. No Home para Riccy Souza Aranha, os arquitetos Pedro Ernesto Gualberto e a designer Leandra Castro optaram pelo sofá em módulo Lian e pelo o Banco Pure.