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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
TABAGISMO

Parar de fumar gera benefícios ao corpo em um curto período

Após dez anos sem o tabaco, o risco de sofrer infarto será próximo ao de uma pessoa que nunca fumou

Postado em 31 de maio de 2017 por Sheyla Sousa
Parar de fumar gera benefícios ao corpo em um curto período
Após dez anos sem o tabaco

Da redação

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que aproximadamente 17,5 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de doenças cardiovasculares no mundo. Para a entidade, os fatores de risco mais significativos são dietas não saudáveis, sedentarismo, tabagismo e consumo abusivo de álcool. Um levantamento do Ministério da Saúde aponta que cerca de 10% da população brasileira adulta é fumante, e acrescenta que o tabagismo é responsável por 200 mil mortes anuais – o número está relacionado a 90% dos casos de câncer de pulmão, sendo a maior causa de morte evitável.

O cigarro é composto por aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas, como o monóxido de carbono, o alcatrão e a nicotina, que é a responsável por causar a dependência. A população jovem é a mais afetada pelo vício. Estudos indicam que a faixa etária mais comum para se iniciar a fumar é entre 10 e 19 anos. O início do hábito se dá pela proximidade com um fumante – como pessoas dentro de casa e amigos próximos. Pesquisa da OMS afirma que fumantes com menos de 40 anos de idade têm cinco vezes mais chance de infartar, em relação a pessoas da mesma idade que não mantêm o vício.

Para Roberto Cândia, cardiologista que integra o corpo clínico do laboratório Atalaia, o cigarro está associado a 30% das mortes por câncer em geral, 90% por câncer de pulmão, 25% por doença coronariana e 30% por acidente vascular cerebral (AVC). “O cigarro é considerado um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, podendo levar ao aumento da pressão arterial, da frequência cardíaca, dos níveis do colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos, além de diminuir o colesterol bom (HDL)”, afirma.

As consequências do tabaco ao sistema circulatório são graves, causando lesões nos vasos sanguíneos, o que dificulta a liberação de substâncias vasodilatadoras. Além disso, o cigarro faz com que eles percam a flexibilidade, se tornando mais rígidos. “Todos os problemas envolvendo o sistema circulatório agravam a saúde do corpo. As artérias do coração são prejudicadas, a pressão sanguínea sobe e a formação de placas de gordura são estimuladas, podendo levar à obstrução ”, destaca.

Para os fumantes, o especialista destaca que nunca é tarde para largar o hábito. “Eles pensam que, após muitos anos de vício, o corpo não sentirá os benefícios após abandonar o hábito, o que é um grande equívoco. Após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e a frequência cardíaca voltam ao normal. Em 24 horas, a quantidade de monóxido de carbono no sangue cai pela metade e, em menos de um ano, a capacidade respiratória melhora em 10%”, explica.  O médico acrescenta que, em dois anos, a chance de infarto cai pela metade, e em dez anos, um ex-tabagista terá o mesmo risco de infarto e de desenvolver um câncer que um indivíduo que nunca fumou. 

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