Na contramão da crise, setor de brinquedos espera crescimento de 10% em 2017
Em 2016, o faturamento total da indústria (preço de varejo) foi da ordem de R$ 6 milhões sendo que a produção nacional foi de R$ 3,4 milhões
Ao contrário de outros setores da economia que projetaram
retração ou expansão mínima para este ano, a indústria de brinquedos espera
crescer 10% em 2017, segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de
Brinquedos (Abrinq). “O brinquedo é desconectado desses problemas econômicos,
vai direto ao coração”, diz o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa.
O desempenho da indústria nacional de brinquedos têm
crescido nos últimos oito anos. De acordo com a Abrinq, desde 2009 o
faturamento cresce ininterruptamente, sempre com alta da produção nacional. Em
2016, o faturamento total da indústria (preço de varejo) foi da ordem de R$ 6
milhões sendo que a produção nacional foi de R$ 3,4 milhões. O resultado
significa crescimento de 7% em relação a 2015. “Em mais quatro anos a produção
nacional deverá ficar com 70% do mercado”, acredita o presidente da Abrinq.
Feiras
Diante do cenário, surgem mais feiras de negócios voltadas à
área. No final de junho, uma nova feira de brinquedos de ocorre em São Paulo,
direcionada a compradores, distribuidores, atacadistas, e-commerces,
representantes e comércio de brinquedos. Na Expo Toys serão apresentadas as
principais novidades em jogos, brinquedos, puericultura, produtos de
entretenimento, livros e outros itens infantis. O evento começa no dia 25 e vai
até 28 de junho e reúne mais de 50 expositores, com público estimado em 4 mil pessoas.
Já a Abrin, terceira maior feira de brinquedos do mundo e a
maior da América Latina, será no começo do ano e é uma referência para o
mercado. Apresenta brinquedos em geral, educativos e pedagógicos, puericultura,
produtos licenciados, entre outros.
De acordo com Alexandre Torres de Carvalho, diretor da
ExpoToys, o Dia das Crianças e o Natal garantem as vendas do setor. “[O Dia das
Crianças] é a data mais forte em vendas para o setor e logo vem o Natal, o que
coroa as vendas. As famílias brasileiras sempre presenteiam nessas datas, o que
mantém o setor sempre aquecido e dessa forma não é prejudicado”.
Carvalho também destaca que a alta do dólar foi determinante
para o fortalecimento do mercado interno. “Com a alta do dólar nos últimos
anos, caiu a venda de produtos importados, o mercado interno bruto de produtos
cresceu e o de brinquedos acompanhou esse crescimento. A China ainda é um
gigante na venda de brinquedos, mas conquistamos o nosso espaço”.
Brinquedos preferidos
Em primeiro lugar na preferência das crianças, segundo
estatística da Abrinq, lideraram as vendas no ano passado as bonecas e bonecos,
com 18,7%; seguidos dos carrinhos (15,1%), patins, patinetes e veículos a
bateria (12%) e os brinquedos que reproduzem o mundo real (10,2%).
Nas vendas por canais, destaque para o crescimento da
participação da Internet, que saiu de zero em 2009 e passou para 20,5% das
vendas do setor no ano passado. As lojas especializadas são as campeãs de
vendas, com 33,2%.
São Paulo é o maior mercado para a indústria do brinquedo no
país, com 33%, seguido do Rio de Janeiro (9,8%), Minas Gerais (8,3%), Santa
Catarina (6,6%) e Paraná (6%). Os dados, da Abrinq, referem-se às vendas de
2016.
Agência Brasil