65,6 milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar em 2016
Os dados superam os números registrados em 2015, com aumento de mais de 300 mil pessoas
Considerado o maior levantamento sobre deslocamentos no
mundo, o relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
(Acnur) revela que em 2016 cerca de 65,6 milhões de pessoas foram forçadas a se
deslocar em todo o mundo. O número é o maior já registrado. As informações,
divulgadas hoje (19) no novo relatório Acnur Tendências Globais, mostram que os
dados superam os números registrados em 2015, com aumento de mais de 300 mil
pessoas.
De acordo com o relatório, do total forçado a se deslocar,
10,3 milhões de pessoas .são novas e cerca de dois terços (6,9 milhões) delas
se deslocaram dentro de seus próprios países. As crianças representam a metade
do número total dos refugiados de todo o mundo. Conflitos políticos, guerras e
perseguições são as principais causas dos deslocamentos.
Segundo o relatório, também aumentou o número de refugiados,
alcançando a marca de 22,5 milhões de pessoas. Desse total, 17,2 milhões estão
sob a responsabilidade do Acnur, e o restante é formado por refugiados
palestinos. O conflito na Síria mantém o país como o local de origem do maior
número de refugiados (5,5 milhões).
Segundo o Acnur, se não for levada em conta a situação de
refugiados palestinos, os afegãos continuam sendo a segunda maior população de
refugiados (4,7 milhões) no mundo, seguidos pelos iraquianos (4,2 milhões).
O Sudão do Sul também aparece em destaque nos números de
2016, onde “a desastrosa ruptura dos esforços de paz contribuiu para o êxodo de
739,9 mil pessoas entre julho e dezembro. No total, já são 1,87 milhão de
refugiados originários do Sudão do Sul”.
No fim do ano passado, a organização registrou que 40,3
milhões de pessoas foram forçadas a se deslocar dentro de seus próprios países.
A Síria, o Iraque e “o ainda expressivo deslocamento dentro da Colômbia foram
as situações de maior movimento interno. Esse tipo de deslocamento representa
quase dois terços dos deslocamentos forçados em todo o mundo”, acrescenta a
organização.
O relatório diz ainda que, em 2016, 2,8 milhões de pessoas
pediram formalmente refúgio em outros países. Para o Acnur, os números indicam
a necessidade de consolidar mecanismos de proteção para essas pessoas e de
suporte para países e comunidades que apoiam refugiados e outras pessoas
deslocadas.
“O retorno de refugiados e deslocados internos para as suas
casas, em conjunto com outras soluções como reassentamento em outros países,
significou melhores condições de vidas para muitas pessoas no ano passado. No
total, cerca de 37 países aceitaram 189.300 refugiados para reassentamento.
Cerca de meio milhão de refugiados tiveram a oportunidade de voltar para seus
países, e aproximadamente 6,5 milhões de deslocados internos regressaram para
suas regiões de origem – embora muitos deles em circunstâncias abaixo do ideal
e com um futuro incerto”, afirma a organização.
(Agência Brasil)