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sábado, 28 de dezembro de 2024
Saúde

Ministério vai assinar acordo com a indústria para reduzir açúcar em alimentos

Desde 2011, a indústria retirou mais de 17,2 mil toneladas de sal dos alimentos, segundo balanço divulgado em junho

Postado em 27 de junho de 2017 por Lucas de Godoi
Ministério vai assinar acordo com a indústria para reduzir açúcar em alimentos
Desde 2011

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse nesta terça-feira
(27) que o governo pretende assinar um acordo com a indústria para reduzir a
quantidade de açúcar em alimentos processados, como ocorreu com o sódio. Desde
2011, a indústria retirou mais de 17,2 mil toneladas de sal dos alimentos,
segundo balanço divulgado em junho.

“Assim como a diminuição do sódio, esse semestre ainda
assinaremos o acordo de redução de açúcar, e a educação será feita a partir da
portaria interministerial Saúde na escola e isso vai nos permitir melhorar o
controle da obesidade através do ensino de melhores hábitos de consumo e também
da conscientização para o exercício físico”, disse Barros em um painel sobre
consumo de açúcar durante o Ethanol Summit 2017, em São Paulo. O evento discute
energias renováveis, particularmente o etanol e produtos derivados da
cana-de-açúcar.

Segundo Barros, o ministério também trabalha para melhorar a
rotulagem dos alimentos industrializados em relação às quantidades de açúcar e
sal dos produtos. “Melhorar a rotulagem, com dosador de sal e açúcar, pois é
preciso que as pessoas entendam com clareza o quanto adicionam [sal e açúcar]
na comida.” Outra ação da pasta, em parceira com a Associação das Indústrias da
Alimentação (Abia), será a proibição do refil de refrigerante em lanchonetes de
fast food.

Educação alimentar

O presidente da Abia, Edmundo Klotz, destacou que a entidade
tem realizado oficinas técnicas para discutir o consumo excessivo de açúcar. No
entanto, ele acredita que apenas a redução do ingrediente nos produtos
industrializados não será suficiente para mudar hábitos dos brasileiros. “Temos
que aprender a diminuir [o açúcar], isso só podemos fazer educando, dando
informação ao público consumidor”, disse.

O nutrólogo e cardiologista do Instituto Dante Pazzaneze,
Daniel Magnoni, também defendeu a educação para a mudança de hábitos
alimentares. “A educação nutricional de crianças e as mudanças dos rótulos dos
produtos alimentares podem impactar a longo prazo na alimentação.” Segundo o
médico, a classificação dos alimentos em bons e maus não é a mais adequada.
“Acredito que nada deva ser proibido, o alimento do mal é aquele consumido em excesso”,
ressaltou.

O deputado federal Evandro Roman (PSD-PR) também destacou o
papel da educação alimentar para que a população brasileira fique mais
saudável. Ex-secretário de Esportes do Paraná, Roman defende projetos nas áreas
de esporte e saúde. “Estamos caminhando para uma população doente, por isso
temos agora que agir nas escolas. Temos que seguir a alimentação equilibrada,
atividade física e qualidade do sono”, listou.

Academia de ginástica

Outro participante do painel, o preparador físico Márcio
Atalla ressaltou a necessidade de incluir atividades físicas na rotina dos
brasileiros. “É preciso olhar o sedentarismo como problema de saúde pública, uma
pessoa sedentária é alguém potencialmente doente, não podemos nos conformar com
o sedentarismo.”

Para Atalla, além da alimentação, é preciso considerar o
estilo de vida do brasileiro. “Uma das coisas que me chateia é o foco excessivo
em achar um vilão na alimentação, a bola da vez é o alimento industrializado,
mas chegou a hora de olhar o estilo de vida, por isso a informação precisa
chegar de maneira mais prática à população.”

De acordo com a pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgada em
abril, o excesso de peso no Brasil cresceu 26,3% nos últimos dez anos, passando
de 42,6% da população em 2006 para 53,8% em 2016. Segundo o estudo, o problema
é mais comum entre os homens: passou de 47,5% para 57,7% no período. Já entre
as mulheres, o índice passou de 38,5% para 50,5%.

(Agência Brasil)

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