ONU alerta para o aumento da fome
Em evento realizado na Itália, líderes discutem mudanças para frear avanço da fome no mundo. Regiões em situações em conflito são as que mais sofrem
Um alerta foi feito na tarde desta segunda-feira(3) na
abertura de sua 40ª edição da Conferencia Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação (FAO). Realizado em Roma, o evento que deve durar até o próximo
sábado (8), refletiu sobre o preocupante aumento nos números da fome no mundo.
Avaliando os dados em um raio de três anos e ameaçando vários anos de progresso
na área, a FAO não pode apontar exatamente o número exato deste acréscimo. Os
resultados estarão disponíveis em setembro.
O diretor-geral da agência das Nações Unidas, o brasileiro
José Graziano da Silva, disse em seu discurso na abertura do evento que quase
60% das pessoas que passam fome no mundo vivem em áreas de conflitos e afetadas
por efeitos das mudanças climáticas. Graziano apontou ainda que os atuais 19 países em
situação de crise geralmente lidam também com situações extremas de secas ou
cheias – que impede que os meios de subsistência dessas pessoas sejam efetivos.
As regiões que mais sofrem hoje com a fome são o nordeste da
Nigéria, a Somália, o Sudão do Sul e o Iêmen – o que contabiliza um total de 20
milhões de pessoas severamente afetadas no mundo todo. Graziano criticou ainda
o fato de que grandes potências internacionais não tiram promessas do papel.
Ele afirmou ainda que a paz é vital para acabar com a crise, mas que “quem tem
fome não pode esperar a chegada da paz”.