UFG divulga estudo sobre a raposa-do-campo
Pesquisa alerta para o risco de extinção do animal. Homem é principal responsável pela diminuição da espécie
Um dos
menores canÃdeos do mundo, a raposa-do-campo (Lycalopex vetulus), também conhecida como raposinha, é um animal raro e aparece exclusivamente no Cerrado brasileiro. Todavia, ainda se sabe muito pouco sobre a espécie. Pensando nisso e em busca de compreender os hábitos do animal bem como o modo como ele vive em áreas de agroecossistemas, um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) tem monitorado alguns exemplares encontrados no municÃpio de Cumari, no Sul do Estado. Os estudos concluÃram que a espécie corre risco de extinção.
Segundo
pesquisadores, quase 50% das mortes desses animais fora de unidades de
conservação são de causa humana. Destoando da maior
parte dos estudos de canÃdeos já realizados, que quase sempre ocorre em
territórios protegidos, como parques nacionais, a pesquisa coordenada pelo
professor do curso de Ciências Biológicas da Regional Catalão da UFG, Frederico
Gemesio Lemos, monitora as raposinhas em uma região de fazendas privadas no
sudeste de Goiás.
Os
pesquisadores notaram que a maioria das raposas-do-campo morre com apenas oito
meses de idade. As mortes mais comuns se dariam por tiro, envenenamento ou enterrando
a toca com os filhotes e o homem seria o principal responsável.
Foram
instalados colares com radiotransmissores e brincos de identificação numerados
nos animais monitorados. Assim, buscou-se compreender, por exemplo, como o
animal interage com outras espécies e seus hábitos mais comuns. A pesquisa
contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e
Tecnológico (CNPq), e teve parte de suas ações focadas na divulgação da
raposinha em escolas, órgãos ambientais regionais, estaduais e federais, e na
internet.
Além da
possibilidade de extinção, os pesquisadores também identificaram algumas fatos
especiais da espécie. Trata-se de um animal carnÃvoro, embora se alimente principalmente
do cupim. Os machos tem participação ativa na criação dos filhotes, sendo os
responsáveis por levar comida e pajeá-los, defendendo-os de possÃveis
agressores. A fêmea, por sua vez, passa as noites se alimentando e amamentando
em intervalos longos de tempo. Os estudos também aborda o momento em que a
espécie chega à vida adulta, migrando frequentemente por mais de 15 km.