Sobe para três o número de mortes no segundo dia de greve geral na Venezuela
Com essas novas mortes, já são 103 pessoas que perderam a vida desde 1º de abril deste ano na atual onda de protestos contra o governo
A morte de um jovem de 23 anos no estado de Mérida, no Oeste
da Venezuela, elevou para três o número de pessoas que perderam a vida em todo
o país durante a greve geral de 48 horas promovida pela oposição contra o
presidente Nicolás Maduro que começou na quarta-feira (26). A informação
é da Agência EFE.
“A promotoria de Mérida investiga a morte de Enderson
Caldera (23), que foi ferido (…) durante uma manifestação em Timotes”,
escreveu nesta quinta-feira (27), em seu perfil oficial no Twitter, o Ministério
Público (MP) da Venezuela.
O MP tinha informado ontem à noite que um adolescente de 16
anos morreu durante uma manifestação no bairro popular de Petare, em Caracas,
que é considerada uma das maiores favelas da América Latina.
Antes, o MP tinha informado a morte de um homem de 30 anos,
Rafael Antonio Vergara, durante outra manifestação em Mérida.
Agentes das forças da ordem e participantes da greve geral
convocada pela oposição se enfrentaram ontem em vários pontos de Caracas,
quando a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, Polícia Militar) tentava dispersar
os manifestantes.
Líderes da oposição responsabilizaram diretamente o
presidente Nicolás Maduro pelas mortes dos três manifestantes.
Com essas novas mortes, já são 103 pessoas que perderam a
vida desde 1º de abril deste ano na atual onda de protestos contra o governo.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos Foro
Penal Venezolano, das 159 pessoas, 100 delas no estado de Zulia foram
detidas ontem nos protestos e em operações policiais, que o grupo qualifica de
arbitrárias e ilegais. Com isso, já são 4.500 os detidos dentro dos protestos
contra o governo.
Hoje, muitos estabelecimentos comerciais amanheceram com
suas portas fechadas e várias ruas seguem bloqueadas ao trânsito por cidadãos
que exigem a renúncia do presidente Nicolás Maduro.
“Cumprimos mais de 24 horas da Greve Cívica, 24 horas
para que a vontade do povo seja respeitada e detenham a fraude”, escreveu
no Twitter o deputado opositor Stalin González, em alusão à Assembleia
Constituinte promovida por Maduro, cujos integrantes serão eleitos neste
domingo (30) para redigir uma nova Carta Magna.
A greve geral conta com o apoio de mais de 350 sindicatos e
da principal associação patronal do país, a Fedecámaras, que pretende forçar
Maduro a interromper o processo para elaborar a nova Constituição.
Agência Brasil
Foto: CARLOS EDUARDO RAMIREZ / REUTERS