Procuradora-geral investiga crimes associados à Constituinte na Venezuela
Luisa Ortega Díaz também citou os incidentes registrados durante o pleito, como mortes, homicídios e também a extorsão de funcionários públicos
A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, anunciou nesta segunda-feira (31) o início de uma investigação pelo crime contra a humanidade que considera ter sido cometido com as eleições da Assembleia Nacional Constituinte realizada no domingo, por parte do governo do país, e por tudo o que ocorreu durante o dia de votação, com mortes em protestos e ameaças.
“Ordenei o início de uma investigação penal. Desde a convocação inconstitucional da Constituinte presidencial, o sagrado direito à soberania foi violado”, afirmou a procuradora-geral.
Luisa Ortega Díaz também citou os incidentes registrados durante o pleito, como mortes, homicídios e também a extorsão de funcionários públicos, que foram obrigados a votar em alguns casos. Para ela, todos os casos representam crimes contra a humanidade.
A procuradora-geral indicou que o Ministério Público recebeu muitas denúncias de pessoas forçadas a votar, de funcionários públicos que foram ameaçados e de cidadãos que receberam alertas de que perderiam benefícios sociais se não fossem às urnas.
“Isso eu não posso, nem devo, deixar impune”, afirmou.
Caso o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumpra a ameaça de afastá-la do cargo por meio da Constituinte, Ortega Díaz disse que vai recorrer aos tribunais internacionais. “Os crimes de lesa-humanidade podem ser levados aos órgãos internacionais, com todo o acúmulo de provas que temos, para garantir que os responsáveis sejam punidos”, indicou.
(Agência Brasil)