Quatro estudantes brasileiros embarcaram no último sábado (29),
para a Polônia para participar de um treinamento para a Olimpíada de
Linguística que acontece, desde o dia 31, na Irlanda. Durante quatro dias de
competição, Thiago Lucas da Silva, aluno do Colégio da Polícia Militar Dionária
Rocha, integrante o grupo, deverá traduzir trechos, relacionar palavras e
resolver questões sobre algum idioma raro e desconhecido dos participantes.

Segundo ele, a Olimpíada de Linguística é bem diferente das
outras que já participou. “A impressão que tenho é que ela é uma prova de
lógica. Temos, basicamente, que perceber padrões entre as línguas, entender as
estruturas, como uma língua é formada e como ela funciona,” diz Thiago.

Ao longo da olimpíada, os alunos de cerca de 40 delegações
farão provas individuais e em grupo. Apenas os enunciados são na língua materna
dos participantes, mas os problemas versam sobre idiomas raros. No ano passado,
por exemplo, as questões abordavam a língua “taa”, falada em Botswana e na
Namíbia.

A Olimpíada de Linguística surgiu em 2003, mas o Brasil
começou a participar somente em 2011. Desde então, o País conseguiu uma medalha
de ouro, uma de prata e duas de bronze. A olimpíada parte do pressuposto que o
aluno não precisa ter algum domínio prévio da língua. Ele só precisa usar o
raciocínio, intuição linguística e conhecimento geral. Isso se torna
fascinante, porque ele começa a lidar com línguas que sequer sabia que existia,
e ter contato com fenômenos culturais diversos.

Para conseguir um bom desempenho na disputa, antes de chegar
à Irlanda, os brasileiros treinarão na Polônia, que é um dos países com melhor
atuação na competição de linguística.

Antes de serem os escolhidos para representarem o País na
olimpíada internacional, os estudantes passam por quatro etapas. Na primeira
delas, devem resolver questões on-line no aplicativo da Olimpíada Brasileira de
Linguística. Caso sejam aprovados na fase on-line, os alunos são convidados
para um prova presencial em alguns pontos do país, na edição de 2016, foram
cerca de 30 pontos. Depois disso, os 60 alunos melhores colocados vão para um
evento presencial no qual participam de oficinas, realizam atividades e provas
durante uma semana. A partir daí, a organização seleciona os quatro que irão
representar o país na etapa internacional.

Goiás Agora